Dois acidentes com enxames de abelhas foram registrados na última semana em Maringá e região. Quinze pessoas foram atacadas por um enxame em um parque aquático na zona rural de Maringá na terça-feira (19/11). O outro caso aconteceu na quinta-feira (21/11), na zona rural da Estrada da Barra Preta, no município de Jardim Alegre. Quatro pessoas da mesma família foram picadas. Ninguém ficou em estado grave.
De acordo com a Semusp (Secretaria de Serviços Públicos) em 2018, foram registrados 2.279 chamados de casos de enxames de abelhas. Neste ano, até 25 de novembro, foram 1.880 casos registrados.
Segundo a zootecnista Lucimar Pontara, isso acontece porque antes da chegada da primavera, as abelhas começam a fazer o chamado enxameamento para formar uma nova colônia de indivíduos. Elas se dividem e saem da colmeia de origem em busca de um local seguro para construir um novo lar.
Nessa migração, é que, geralmente, ocorrem os ataques. São colmeias itinerantes em busca de um local protegido, geralmente em ambientes onde há grande oferta de alimentos e árvores com florada adequada para produção do mel.
Lucimar explica que na realidade as abelhas não atacam e sim, se defendem. Durante essa divisão, elas tendem a diminuir a altura do voo para buscar um espaço para descansar e depois seguir para um lugar definitivo. Quando elas descem, acontecem os ataques.
“Acidentalmente algumas abelhas ferroam as pessoas mas não é um ataque. O aumento da quantidade de abelhas em períodos quentes, significa maiores possibilidades de alimentos e automaticamente um crescimento desses enxames”, diz.
O alerta da zootecnista para a população é que no caso de enxames alojados em casas, o recomendável é não mexer, pois faltam as características técnicas para saber lidar com ele.
Ao entardecer, o recomendável é acender luzes somente no final da tarde e início da noite, porque as abelhas buscam por luz. O recomendável é chamar grupos especializados. A solicitação de retirada de enxames em Maringá deve ser feita pelo telefone 156.
Na Universidade Estadual de Maringá e no Parque do Ingá, existem “hotéis” que hospedam abelhas nativas solitárias. O objetivo é ter um lugar específico para elas criarem o seu ninho. Um dos projetores do hotel, Heber Pereira, explica que após uma fêmea acasalar, ela monta o seu ninho sozinha e normalmente cava o orifício pré-existente.
Por essa espécie ser de hábito solitário, ela não demonstra um comportamento defensivo ferroando alguém. Heber diz que todas as abelhas fêmeas têm ferrão, mas as que realmente atacam para se defender é a abelha africanizada.
Segundo ele, o hotel é todo preenchido pela espécie solitária e não possui mais espaço para a abelha africanizada fazer o seu ninho. No hotel existem dois nichos que são dedicados à educação ambiental. Dentro desses dois nichos, tem um informativo sobre as abelhas solitárias e seu processo de edificação.
Como o hotel não apresenta risco, o visitante pode chegar perto e ler para entender a função do projeto. Veja abaixo as fotos dos hotéis de abelhas criados na cidade.
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