Três chapas disputam as eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Maringá UEM). A votação vai ser realizada nesta quinta-feira (21/11). As campanhas já movimentam a internet há um tempo e teve um debate quente com trocas de acusações entre as chapas e estudantes, como mostram esta e esta reportagem publicada pelo Maringá Post.
A Chapa 1 – Acelera Uem defende que, por meio da laicidade, da democracia e da ética no ambiente escolar, é possível representar o maior numero de estudantes possível. Tem como coordenador geral o estudante de direito Lucas Canassa. Eles acreditam que a universidade deve ser composta de indivíduos pensantes e não “meros robôs repetidores de chavões”.
Em relação às propostas da Acelera Uem, no quesito segurança, a chapa defende a presença da Polícia Militar, bem como a Guarda Municipal, dentro dos campi da universidade. Para a chapa, também é necessário lutar por melhores questões de iluminação, câmeras de seguranças efetivas e ações para manter a universidade mais ocupadas.
Uma das propostas da Chapa 1 consideradas polêmicas por alguns alunos seria a busca de parcerias público-privadas. Um exemplo dessa parceria pode ser encontrada nas propostas de lazer e cultura, em que os custos de reformas de praças e quadras de convivência poderiam ser bancados por por empresas.
Eles também defendem atuar junto a deputados estaduais da região. Segundo eles, cada ano que passa o Governo Estadual resolve tudo a “canetadas”, o que vem sucateando a instituição.
A Chapa 2 – Uem Popular, tem como coordenador geral o estudante de Ciências socais Gabriel Moraes. A chapa é fundada sob os princípios do Movimento Por Uma Universidade Popular (MUP), com forte influencia na Unidade Popular (UP) chilena. A UP é uma frente democrática anti-imperialista composta por partidos de esquerda radical. Enquanto chapa concorrente ao DCE, a Uem Popular busca a defesa da soberania popular e da emancipação nacional.
A primeira bandeira levantada pela chapa em suas propostas é a da defesa da educação pública, gratuita (100% estatal) e de qualidade. Para isso, a Uem Popular propõem a não aceitação da Lei Geral das Universidades, a extinção da Drem, o fim do contingenciamento de despesas e ampliação dos recursos destinados as Instituições de ensino superior.
Além disso, a Chapa 2 também defende a ampliação de vagas no cursos de graduação e pós-graduação e a recomposição do quadro de docentes e funcionários técnico-administrativos por meio de concurso público.
A chapa 2 também tem uma proposta de uma política de extensão popular. Para executar tal proposta, a chapa 2 pretende criar um cursinho popular e oferecer “aulões” pré-vestibular nos bairros, assim como um projeto de artes. Também está prevista na proposta projetos de extensão de saúde no campo e estimular a função social do esporte por meio de jogos solidários para reformar as quadras do campi.
A chapa 3 – A Uem Não Vai Embora, surgiu da necessidade, vista pelos membros, de “oxigenar o DCE” em um novo modelo de movimento estudantil. Presente em mais de 30 cursos da universidade e em sete campi, a chapa pretende buscar representar o máximo de estudantes por meio do diálogo, e tem como coordenadora geral a estudante de Ciências Sociais Paula Stephânia.
Para representar a pluralidade de alunos na universidade, uma das bandeiras defendidas pela Chapa 3 é o do acesso à permanência. Para garantir a proposta, A Uem Não Vai Embora pretende lutar por direito a moradia estudantil, seja por meio de uma Casa de Estudantes ou do auxílio moradia, a implementação de cotas raciais, assim como cotas para pessoas transexuais e travestis, e uma política de assistência a saúde mental e desenvolvimento pessoal.
Além dessa proposta, a chapa pretende manter uma atenção especial aos movimentos estudantis. Para isso apresentam as propostas de construir um amplo diálogo com os movimentos sociais internos e externos à universidade.
Também querem estabelecer relações com outras universidades em defesa da educação e contra a Lei Geral da Universidade, que segundo eles provocam o sucateamento da universidade. Além disso, pretendem lutar pela reconstrução do Centro Acadêmico Florestan Fernandes (CAFF) e o Centro Acadêmico de Filosofia (CAFIL), assim como lutar para que outros centros acadêmicos tenham os próprios espaços físicos.
Primeiras medidas em caso de vitória
Chapa 1- Acelera Uem – se vencer, na primeira semana de gestão a chapa fará uma reunião aberta com os alunos, centros acadêmicos (CAs) e demais organizações existentes na universidade. Ao mesmo tempo, levantariam quantos recursos financeiros o Diretório Central dos Estudantes (DCE) possui, e como está a situação do espaço físico do DCE. Além disso, a chapa pretende acompanhar a situação dos conselhos da universidade e ver quantas vagas estão preenchidas.
Chapa 2- Uem Popular – teria como primeira medida tomada a organização interna da gestão. Para isso, a chapa pretende criar comissões próprias para cada eixo das lutas defendidas por eles. Seria uma comissão de combate às opressões, outra comissão voltada a acesso e permanência, uma de articulação política e comunicação, envolvendo os CAs, movimentos e sindicatos, de cultura, esporte e lazer, e comissão própria para as políticas de extensão popular.
Além disso, a chapa pretende convocar uma reunião com o CAs para definir um calendário contendo os objetivos mais imediatos do movimento estudantil para a gestão 2019/2020.
Chapa 3- A Uem Não Vai Embora – pretende fazer uma grande reformulação da estrutura do DCE. De acordo com a chapa, o diretório precisa ser mais institucionalizado, presente nos blocos, abrindo uma frente de dialogo com os estudantes e com os CAs. Tomando essa medida A Uem Não Vai Embora pretende melhorar a relação ao acesso e permanência e desenvolvimento científico-tecnológico.
De acordo com a chapa essa medida vem da necessidade de se sentir mais representado, uma vez que segundo eles as últimas gestões do DCE não construíram um espaço em que todas as vozes fossem ouvidas. Além da restruturação do DCE, a chapa pretende reivindicar frente a reitora a efetiva implementação das cotas raciais e que sejam aplicadas o mais rápido possível.
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