O tempo quente com chuvas esporádicas traz a condição ideal para o desenvolvimento dos mosquitos Aedes aegypti. E o grande vilão da dengue em Maringá é o lixo domiciliar.
Na média geral, o lixo representa 40% dos focos encontrados na cidade, mas há regiões, onde mais de 80% dos criadouros foram localizados no lixo jogado no interior de algumas residências.
O Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRA) divulgado nesta quarta-feira (30/10) pela Secretaria de Saúde para a cidade de Maringá é de 1,2%.
É considerado risco médio dentro das convenções de Organização Mundial da Saúde (OMS). Na cidade, há bairros com baixo e médio risco e nenhum com alto risco de dengue.
O levantamento foi feito entre 7 e 11 de outubro. O secretário de Saúde, Jair Biatto pede para que a população tenha mais cuidados com os quintais das casas.
O lixo é principal foco do Aedes aegypti no Paris VI com 86,6%, na Vila Esperança é de 83,3%, na Vila Vardelina é de 75%, no Ney Braga é de 73,3%, no Jardim Quebec é de 71,8%, Alvorada III com 71,4%, no Mandacaru é de 63,3%.
“O indivíduo tem que cuidar dos próprios espaços e não precisa de bota-fora da prefeitura para isso”, afirma o secretário.
O primeiro LIRA realizado em janeiro de 2019 apontou 4,2% de infestação, no segundo levantamento, em abril caiu para 1,4% e, no terceiro, em julho foi de 1,3%. Agora, o índice é de 1,2%. O próximo levantamento vai ser realizado em janeiro de 2020.
A gerente da Vigilância de Zoonoses e Vetores, Suelen Teixeira Faria, informa que o baixo índice aconteceu por uma combinação entre clima e mudança nas ações preventivas.
Tivemos um período de seca com poucas chuvas. E os agentes passaram a fizer um trabalho integrado com equipes de Saúde da Família, distribuídos entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de acordo com a quantidade de imóveis, em áreas específicas.
Também houve a criação da Equipe Volante, com nove agentes atuando em casos pontuais. Como locais de difícil acesso ou bairro com muitas notificações.
Um grupo com 11 agentes recebeu certificado por treinamento feito em parceria com a Escola de Saúde Pública do Paraná.
Maringá registou 3762 notificações de janeiro até o final de outubro de 2019, com 990 casos positivos e duas mortes. No mesmo período de 2019, foram 1046 notificações e 12 casos positivos. Com a chegada do verão e a expectativa de mais dias quentes e chuvas por mais dias consecutivos, o risco de proliferação da doença aumenta.
Lixo é o vilão da dengue em Maringá
• 40,9% – lixo
• 32,9% – pequenos depósitos móveis (vaso, prato)
• 14,1% – depósitos baixos (tanque, barril, poço)
• 5,8% – depósitos fixos (obras, calhas)
• 4,5% – depósitos naturais (folha, tronco)
• 1,5% – caixa d´água
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