Quatro chapas disputam a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá (Sismmar). O primeiro turno das eleições está marcado para os dias 7 e 8 de outubro. Se houver, o segundo turno ocorre nos dias 21 e 22 do mesmo mês. Duas mulheres e dois homens se candidataram à presidência do sindicato.
Na chapa 1 “No Rumo Certo”, a atual presidente do Sismmar, Iraídes Baptistoni, tenta o terceiro mandato no comando do sindicato. A chapa 2 “Sindicato é Para Lutar” também é encabeçada por uma mulher, a professora municipal Priscila Guedes da Luz.
O técnico de enfermagem lotado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Sul, Antonio Dias Martins, é candidato a presidente do Sismmar na chapa 3 “Independência ou Morte”. Quem encabeça a chapa 4 “Mudança Já” é o auxiliar administrativo Moisés Rebouças Santos.
Para conhecer as propostas e a posição política dos candidatos em 2020, o Maringá Post encaminhou as mesmas perguntas para todas as chapas. Priscila Guedes, Antonio Martins e Moisés Santos não pouparam críticas a atual diretoria do sindicato e afirmam que o Sismmar se afastou dos servidores públicos. A atual presidente, Iraídes Baptistoni, diz que não há gestão perfeita, mas que houve avanços significativos nos últimos anos.
Os candidatos à presidência do sindicato também apresentaram propostas sobre temas controversos entre os funcionários públicos e a administração municipal como a implantação do banco de horas e a escala de 12X60 com jornada de 30 horas semanais para os servidores das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Iraídes Fernandes Baptistoni
Iraídes Fernandes Baptistoni é servidora de carreira da Secretaria de Educação, no cargo de supervisora de ensino. Entrou para a Prefeitura de Maringá, mediante concurso, em agosto de 1988. Cursou pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), tendo concluído ainda duas especializações, em Psicopedagogia e em Gestão Escolar.
Desde 2008, participa da diretoria do Sismmar, iniciando como secretária de Formação. Em 2011, foi eleita presidente no primeiro turno. Em 2015, tornou-se a primeira presidente reeleita da entidade.
Maringá Post – Qual a sua principal proposta para conquistar o voto dos servidores?
Iraídes Baptistoni – Sem dúvida, a luta para melhorar o salário e as condições de trabalho. Os servidores trabalham muito e merecem um salário digno capaz de suprir todas as suas necessidades. Por isso, pode ter certeza de que lutaremos continuamente pela valorização do servidor, tanto na busca da restauração das perdas salarias quanto para aumento de salário.
É importante lembrar que temos 22 propostas principais que abrangem toda a categoria, entre elas destacamos a revisão imediata do Plano de Carreira, Cargo e Remuneração (PCCR) Geral, a revisão imediata do PCCR do Magistério, a criação do PCCR da Saúde e do Suas, a aprovação e implantação das 30 horas da Saúde, a contratação imediata de servidores, a luta contínua contra a terceirização e privatização, a revogação da implantação de câmeras em sala de aula, preservando assim a liberdade de cátedra (que é a soberania do professor dentro da sala de aula), a valorização do vale-alimentação para servidores da ativa, implementação do auxílio saúde para servidores aposentados, aprovação e implementação do Regime Contratual Único.
O banco de horas é um assunto controverso entre os servidores e a administração municipal. Qual é a proposta da sua chapa para o banco de horas?
Entendemos que a questão do banco de horas é, sim, um assunto controverso, porém, o que temos constatado é que algumas secretarias necessitam da legalização desse sistema. Nossa intenção é construir a lei de acordo com a expectativa dos servidores, justamente para que não seja algo imposto e, sim, que o servidor tenha a possibilidade de participar da decisão de fazer ou não banco de horas. Pretendemos, portanto, legalizar e deixar facultativo.
Servidores da UPA Zona Norte e UPA Zona Sul aprovaram escala de 12X60 com jornada de 30 horas semanais e o Sismmar aguarda projeto de lei para regulamentar. Se eleita, o que a senhora pretende fazer para resolver essa questão?
A lei das 30 horas vem sendo construída já há algum tempo a pedido dos servidores. Conseguir a aprovação na Câmara será uma vitória de toda a categoria. Temos acompanhado continuamente essa construção e pretendemos continuar acompanhando até que finalmente se concretize. Queremos a efetivação da lei sim, mas com a garantia da qualidade tanto no atendimento à população como nas condições de trabalho para os servidores.
Qual avaliação a senhora faz sobre a sua atuação na presidência do Sismmar? Quais foram os erros e quais foram os acertos?
Nenhuma gestão é perfeita, isso é fato. Porém, o Sismmar tem uma história de 31 anos de luta contínua e trabalho árduo com significativos avanços para toda a categoria. Vale o registro de que todos aqueles que passaram pela direção da entidade merecem nosso respeito e reconhecimento. No entanto, nem todas as lutas tiveram resultado satisfatório, nem por isso pode ser considerado erro daqueles que ocuparam a presidência ou as respectivas diretorias.
Tem momentos que se consegue conquistar direitos e tem outros momentos que se luta para não perder direitos. Num desses casos, podemos citar a luta pelas 30 horas da saúde. Muito se lutou até agora, conseguimos um plano-piloto para as UPAs, mas ainda não conquistamos uma lei específica. Isso não tira a nossa esperança de que podemos conquistá-la nesse próximo mandato.
Por outro lado, durante a nossa gestão acumulamos diversas conquistas para toda a categoria, o que confirma nosso compromisso com os servidores públicos. Podemos citar como conquistas a eleição para diretores de escolas e CMEIs; a criação do Estatuto da Guarda; a conquista do vale-alimentação para todos os servidores da ativa; o pagamento da Trimestralidade, uma demanda histórica que durava 27 anos; a Lei Contra o Assédio Moral; a Lei da Licença-Prêmio; a vitória na Justiça para o cálculo das horas-extras pelo divisor 200; a reposição da inflação e o pagamento dos dias parados da Greve de 2016.
Todos os dirigentes da Gestão Novos Rumos tiveram excelente atuação ao se empenharem na resolução das demandas da categoria, e isso pode ser constatado nos números. Na realização do X Congresso do Sismmar, em 2017, tivemos massiva participação da categoria na redefinição dos rumos e das lutas a serem encaminhadas pela entidade sindical. Além disso, o aumento das filiações de 3.997 para 5.678 (alta de 42%), demonstra a confiança da categoria na atual gestão do sindicato.
A busca de benefícios para os servidores públicos depende de um bom diálogo com a administração municipal. Sua chapa tem candidato a prefeito para 2020?
A pergunta é boa e propicia o esclarecimento sobre o tema. Na realidade, o Sismmar não tem bandeira partidária. O objetivo do sindicato é a defesa dos direitos dos servidores municipais de Maringá. Os seus dirigentes, enquanto pessoas físicas e cidadãs, podem ter a sua preferência partidária, mas o sindicato não. Isso não quer dizer que o Sismmar deixará de orientar a categoria sobre o processo de eleição municipal. É tradição da entidade preparar a Plataforma dos Servidores, que é um documento com as principais reivindicações da categoria, para apresentá-la a todos os candidatos a prefeito da cidade.
Logicamente, fica claro que aqueles que não assinam o documento ou manifestam a sua discordância, não merecem o voto do servidor público. Certamente, atualizaremos a plataforma para apresentar as demandas da categoria aos prefeituráveis na eleição do ano que vem.
Confira os membros da Chapa 1 “No Rumo Certo”:
- Presidência: Iraídes Fernandes Baptistoni
- Vice-Presidência: José Carlos Specian
- Secretaria Geral: Ana Lúcia de Araújo
- Secretaria de Finanças: Marcia Dellassenta
- Secretaria de Comunicação e Imprensa: Marcos Antonio Sebrin
- Secretaria de Assistência Jurídica: Haylley Cardoso
- Secretaria de Formação Sindical e Estudos Socioeconômicos: Eduardo Alves Siqueira
- Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer: Ivonete Ortiz dos Santos
- Secretaria das Mulheres: Maria da Conceição Franco
- Secretaria dos Aposentados: Creuza Santos do Carmo
- Secretaria de Saúde e Segurança dos Servidores: Gilson Moreira da Silva
- Secretaria dos Movimentos Sociais, LGBT, Igualdade Racial e Indígena: Angela Fatima Rodrigues
- Secretaria da Juventude: Stephany da Rosa dos Santos
- Diretoria Sindical: Fábio Roberto Alves de Oliveira
- Diretoria Sindical: Jorge Francisco da Silva
- Diretoria Sindical: Maria Helena da Silva
- Diretoria Sindical: José Paulo Pereira de Almeida
- Diretoria Sindical: Claudionor Batista de Jesus
- Diretoria Sindical – Suplente: Kelly Cristina Oliveira Rocha
- Diretoria Sindical – Suplente: Odair Gravena
- Diretoria Sindical – Suplente: Lilian Aparecida da Costa Ferreira
- Diretoria Sindical – Suplente: Luzileide Ramos
- Diretoria Sindical – Suplente: Silvana Cadari
- Conselho Fiscal: Emerson Alexandre Watanabe
- Conselho Fiscal: Gerson Paulino da Silva
- Conselho Fiscal: Graci Aparecida Santiago de Assis
- Conselho Fiscal – Suplente: Vilma Maria de Oliveira
- Conselho Fiscal – Suplente: Regina Celia Olher Rodrigues
Priscila Guedes da Luz
Priscila Guedes da Luz é professora 20 horas no município e também já trabalhou como educadora infantil e auxiliar de creche. Ela também é membro do Conselho Municipal de Educação na gestão 2018/2019 e da Comissão de Prevenção de Acidentes na gestão 2014 a 2016.
Formada em pedagogia na Universidade Estadual de Maringá (UEM), Priscila é pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade de Tecnologia do Vale do Ivaí (Fatec) e pós-graduanda em Gestão Escolar na Faculdade Campos Elíseos.
Maringá Post – Qual a sua principal proposta para conquistar o voto dos servidores?
Priscila Guedes da Luz – Fazer com que o Sismmar retome a sua função principal: lutar pelos servidores e servidoras, afinal sindicato é pra lutar.
Maringá tem toda a valorização sobre ser uma das melhores cidades para se viver e infelizmente esse título não abarca os servidores e servidoras municipais. Portanto, com um sindicato de luta, buscaremos resgatar a dignidade de quem faz a cidade ter esse título, ou seja, os servidores e servidoras municipais.
O banco de horas é um assunto controverso entre os servidores e a administração municipal. Qual é a proposta da sua chapa para o banco de horas?
Para o banco de horas propomos fazer uma comissão em cada secretaria e, a partir da realidade de cada, uma definir o melhor caminho. Cada setor tem uma realidade específica e não podemos compactuar com a implementação de um regime único de banco de horas em todos os setores. É preciso reconhecer cada realidade e junto com os servidores e servidoras construir o melhor regime para cada especificidade.
Servidores da UPA Zona Norte e UPA Zona Sul aprovaram escala de 12X60 com jornada de 30 horas semanais e o Sismmar aguarda projeto de lei para regulamentar. Se eleita, o que a senhora pretende fazer para resolver essa situação?
Nem todos do setor da saúde concordam, mas acredito que principalmente agora, com a exigência do Ministério Público em reduzir as horas extras, o regime das 30 horas para o setor da saúde é necessário. A questão é a qualidade, seria preciso remanejar ou contratar mais servidores para que não sobrecarregue os servidores e servidoras da forma como ocorre hoje.
As UPAs estão fazendo essa carga horária, mas no limite de servidores, principalmente na enfermagem. Em algumas situações, segundo relatos da própria categoria, não é possível cumprir com o dimensionamento do pessoal de enfermagem.
Pensamos que esse dimensionamento seria o cálculo de trabalhadores necessários para atender uma demanda, dependendo do setor, especialmente nos serviços 24h. Não podemos sobrecarregar os servidores e servidoras que tanto trabalham por Maringá, devemos respeitá-los e buscar, diretamente com as categorias em questão, as melhores sugestões de encaminhamentos. Primeiramente com a categoria e depois com a administração.
Qual avaliação a senhora faz sobre o atual comando do sindicato? Onde errou? Onde acertou? O que a senhora teria feito, no caso dos erros, se fosse presidente?
Hoje, a maneira de conduzir o sindicato da atual direção é confundida com a própria gestão do prefeito. Isso é apontado, inclusive, pelos próprios servidores e servidoras. Portanto, a partir da nossa gestão, pretendemos oferecer para a base cursos de formação visando, gradativamente, resgatar o papel do Sindicato enquanto entidade de luta, entregando o poder de decisão e discussão para os servidores e servidoras.
Não podemos negligenciar os avanços conquistados como, por exemplo, vale alimentação, Trimestralidade e eleição para diretoria nas instituições de ensino. Mas esse ponto é, inclusive, questionável, pois de quem é o mérito dessas conquistas? Já que o prefeito também cita os mesmos exemplos como promessas de campanha cumpridas.
A busca de benefícios para os servidores públicos depende de um bom diálogo com a administração municipal. Sua chapa tem candidato a prefeito para 2020?
Não, somos uma chapa independente partidária e deixamos claro que estaremos contra candidatos que apresentarem um projeto desfavorável ao servidor. Incluindo aqui, principalmente, os projetos de privatização, terceirização e precarização do trabalho que são apresentados frequentemente.
Confira os membros da chapa 2 “Sindicato é Para Lutar”:
- Presidência: Priscila Guedes da Luz
- Vice-Presidência: Carlos Alberto Máximo
- Secretaria Geral: Matheus Morais da Luz
- Secretaria de Finanças: Gehélison Gomes dos Santos
- Secretaria de Comunicação e Imprensa: João Jorge Silva Neto
- Secretaria de Assistência Jurídica: Franciely Joice Medeiros
- Secretaria de Formação Sindical e Estudos Socioeconômicos: Amanda Rodrigues da Silva
- Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer: Juliana da Silva Nunes
- Secretaria das Mulheres: Leiliane Aparecida Félix
- Secretaria dos Aposentados: Wanderléia Fabricia dos Santos
- Secretaria de Saúde e Segurança dos Servidores: Geneci Machado
- Secretaria dos Movimentos Sociais, LGBT, Igualdade Racial e Indígena: Aparecida Lourenço Góes
- Secretaria da Juventude: Gustavo Rafael das Neves dos Santos
- Diretoria Sindical: Izabel Aparecida Faustino
- Diretoria Sindical: Maria de Lourdes Silva Araújo
- Diretoria Sindical: Bianca Regina Matias Palheiro Sanches
- Diretoria Sindical: Clodoaldo da Silva
- Diretoria Sindical: Valdeci Vital Rodrigues
- Diretoria Sindical – Suplente: Ilde Angela de Oliveira Rossi
- Diretoria Sindical – Suplente: Nilceia de Matos Silva
- Diretoria Sindical – Suplente: Sandra Regina Nicolau
- Diretoria Sindical – Suplente: Tiago Fernandes Batista
- Diretoria Sindical – Suplente: Claudia Aparecida Amaral
- Conselho Fiscal: Maria Antonieta Granzotto
- Conselho Fiscal: Andressa Saqueta Pereira
- Conselho Fiscal: Gláucia Cristine Bortolossi
- Conselho Fiscal – Suplente: Lucimara Cabral
- Conselho Fiscal – Suplente: Núbia Maria do Vale Máximo
Antonio Dias Martins
Casado e pai de um menino de 2 anos, Antonio Martins, de 54 anos, é técnico de enfermagem lotado na UPA Zona Sul. Candidato a presidente do Sismmar pela chapa 3 “Independência ou Morte”, ele já foi diretor na terceira gestão do sindicato.
Maringá Post – Qual a sua principal proposta para conquistar o voto dos servidores?
Antonio Dias Martins – Nesses últimos 10 anos, o servidor tem acumulado perdas, tanto inflacionárias como aquisitivas. De imediato, queremos recuperar o poder de compra do servidor, para isso propomos criar uma cooperativa de consumo com gêneros alimentícios e vestuário. Essa cooperativa não terá fim lucrativo, tudo que adquirirmos será repassado a preço de custo. Podemos fazer parceria e/ou convênios com outras cooperativas de consumo existentes na cidade. A Cocamar está em nossos planos como parceira.
Revisar o estatuto do [Sistema de Atenção à Saúde dos Servidores do Município de Maringá] SAMA. Não sabemos como foi estipulado a questão do atendimento e assistência, realização de exames e procedimentos médicos. Como foi ou se foi discutido com a categoria ou representantes. O que sabemos é que não está bom, são exames que não são feitos, só pagando mesmo, procedimentos cirúrgicos da mesma forma, co-participação que o servidor só fica sabendo do desconto pelo holerite e atendimento que só é feito no Hospital Santa Rita, sem opção para o servidor.
Antes nós tínhamos a [Caixa de Pensão e Aposentadoria dos Servidores Públicos Municipais de Maringá] CAPSEMA, era bem melhor o atendimento, quem escolhia o hospital a ser atendido era o próprio servidor.
O banco de horas é um assunto controverso entre os servidores e a administração municipal. Qual é a proposta da sua chapa para o banco de horas?
Nesses últimos 10 anos há um revezamento nos diretores do Sismmar e centrais sindicais, ou é CUT partidária ao PT, ora é [Central Sindical e Popular] Conlutas partidária ao PSTU e PSOL. Para o servidor, o banco de horas não serve, o servidor não quer. Nesse vai e vem da diretoria do Sismmar nesses últimos 10 anos, segue um verdadeiro troca troca dos mesmos.
Quando o nosso patrão [o município] diz que há impasse ou controversa, ele conversa com essa turma e não com os servidores. Na verdade, o servidor não quer fazer hora extra e os que fazem hora extra fazem pelo dinheiro mesmo. Ninguém quer se desgastar em jornada dupla, faz por necessidade, por isso se submete às horas extras.
Essa proposta de banco de horas é nova pro servidor, isso vem da rede privada. Essa experiência eu tenho, nunca funcionou, o trabalhador faz o banco de horas e depois quando quer exercer seu direito não pode. Somente os ditos “parças” que conseguem a tão desejada folga, os outros não.
Servidores da UPA Zona Norte e UPA Zona Sul aprovaram escala de 12X60 com jornada de 30 horas semanais e o Sismmar aguarda projeto de lei para regulamentar. Se eleito, o que o senhor pretende fazer para resolver essa situação?
Só quem pode resolver isso é o gestor. É uma promessa de campanha que até agora não se cumpriu, as 30 horas são almejadas pela saúde há anos, pela própria tensão e stress do serviço. A responsabilidade de ter uma vida em suas mãos, a cobrança da população por um atendimento de qualidade, o que é justo. O que não é justo é exigir qualidade com as equipes reduzidas e um excesso de demanda.
O que o prefeito fez, foi iniciar uma experiência de seis meses que já dura mais de um ano. Logo, não contou com a verdade. A direção do Sismmar foi notificada pelos servidores e nada fez como sempre, pois tanto as 12×36 como as 12×60 gera hora extra.
A direção do Sismmar poderia acionar juridicamente o gestor, talvez se tornaria numa nova trimestralidade. O pessoal da saúde perdeu muito, seu ganho caiu muito devido a perda desse excedente. Se o nosso patrão tivesse cumprido com sua palavra e tivesse efetivado de fato as 30 horas e assinando a lei, não haveria essa perda. O servidor e a população foram enganados com essa falsa 30 horas.
O servidor se submeteu a participar dessa “experiência” e até agora a lei não saiu do papel. Com o ganho reduzido, não se pode sequer arranjar outro trabalho pra completar o orçamento, pois esta escala de 12×60 está na contramão da rede privada, isso é lamentável.
Qual avaliação o senhor faz sobre o atual comando do sindicato? Onde errou? Onde acertou? O que o senhor teria feito, no casos dos erros, se fosse presidente?
O erro não está somente nesta administração, está em todas nos últimos 10 anos, e esses diretores querem voltar, chega dos mesmos. Tem gente se escondendo no meio das chapas 1, 2 e 4, tudo para voltar para o sindicato. Tem chapa que tem como cabeça de chapa fantoche, gente conhecida que tem algum respeito pela classe, porém não tem a formação sindical necessária exigida para o cargo.
Eles veem com a mesma proposta equivocada de central sindical partidária, sendo a CUT partidária ao PT, e a Conlutas partidária ao PSTU e PSOL. Eles se esforçam muito na prática de ideias desses partidos e pouco ou quase nada na prática de ideias voltadas exclusivamente para o servidor. Isso para mim é um erro, não se vê investimento em formação sindical, apesar de pagarem 10% da receita do sindicato para essas centrais.]
Onde estão as caras novas à frente do Sismmar? A chapa 3 “Independência ou Morte”, que estamos representando, não será assim. Seremos independentes, não teremos central sindical fazendo direcionamento partidário, não serviremos a centrais sindicais e nem a gestores. Nossos diretores são indivíduos que têm suas opções e convicções políticas, praticam cidadania em seus bairros, temos até líderes políticos entre nós. Não subestimo a inteligência de ninguém do nosso grupo.
Quando declaramos que seríamos independentes, alguém ou alguns das chapas 1,2, e 4 disseram que seríamos fracos sem central sindical. Quero dizer que não estamos sozinhos, estamos junto com outros sindicatos que também não fazem reverência a centrais sindicais. Se for para ser “forte” por ter bandeira de central sindical e ouvir o servidor dizendo ”que o sindicato não faz nada”, é melhor ser fraco.
A busca de benefícios para os servidores públicos depende de um bom diálogo com a administração municipal. Sua chapa tem candidato a prefeito para 2020?
Diálogo é palavra chave para uma boa administração, tanto do Sismmar como para o município. Teremos sempre diálogo com o gestor, seja ele qual for. Se o nosso patrão tiver respeito com o direito do servidor público, se o servidor estiver satisfeito com o respeito dado a seus direitos e expressar isso no seu dia a dia, refletindo na sociedade, e a sociedade estiver satisfeita e a recíproca para com o servidor for boa, ao ponto de se dizer que o prefeito, seja ele qual for, está realizando uma ótima administração para a cidade, quem sou eu para dizer o contrário.
Apoio vou dar sim, afinal, tenho que votar em alguém. Apoio formal não sei. Nosso diretório não sei, acredito que cada um vai apoiar alguém de alguma forma. Como entidade Sismmar não, ninguém falará em nome do Sismmar para apoiar candidato algum. Esse é o diferencial, como já disse somos independentes, não teremos rabo preso com ninguém.
Porém, o que os candidatos devem saber, ou já sabem e esqueceram, que o servidor público de Maringá não se esquece de quem o desrespeita e que nos últimos tempos é o servidor que tem eleito o prefeito da nossa cidade.
Confira os membros da chapa 3 “Independência ou Morte”:
- Presidência: Antonio Dias Martins
- Vice-Presidência: Jose Ademir Fraiman
- Secretaria Geral: Marcio Toledo Rodrigues
- Secretaria de Finanças: Alessandro dos Santos Lopes
- Secretaria de Comunicação e Imprensa: Fernando Batista da Silva
- Secretaria de Assistência Jurídica: Luiz Carlos Brandino
- Secretaria de Formação Sindical e Estudos Socioeconômicos: Eliane dos Santos
- Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer: Gislaine Pereira de Paula Cabral
- Secretaria das Mulheres: Ana Maria Colleoni Massaruti Fraiman
- Secretaria dos Aposentados: Artur Luiz de Moraes
- Secretaria de Saúde e Segurança dos Servidores: Dirce Aparecida Teodoro
- Secretaria dos Movimentos Sociais, LGBT, Igualdade Racial e Indígena: Sebastião Carlos Faria
- Secretaria da Juventude: Marcos Roberto da Silva
- Diretoria Sindical: Danilo Arnoldo Wegner
- Diretoria Sindical: Fabiano José Pereira Cornélio
- Diretoria Sindical: Johnni Aparecido Tartari
- Diretoria Sindical: Rodrigo Pinho de Souza
- Diretoria Sindical – Suplente: Rosania Perineti
- Diretoria Sindical – Suplente: Robson Cristiano Zanchim
- Diretoria Sindical – Suplente: Gerson Rafael Geidelis
- Conselho Fiscal: Silvana Bressam Moraes Nunes
- Conselho Fiscal: Solange Tavares de Souza
- Conselho Fiscal: Aparecido Silveira Rosa
- Conselho Fiscal – Suplente: Judite Assis Chaves de Carvalho
- Conselho Fiscal – Suplente: Aparecida de Carvalho
Moisés Rebouças Santos
Moisés Rebouças dos Santos começou na Prefeitura de Maringá trabalhando no cemitério municipal, exercendo o cargo de auxiliar de serviços gerais. Posteriormente, atuou como auxiliar administrativo, coordenando o setor de recolhimento, armazenamento e leilão de bens inservíveis.
Santos foi presidente da Comissão de Conferência e recebimento dos bens da Prefeitura e, atualmente, exerce o cargo de auxiliar administrativo lotado na Secretaria de Recurso Humanos. Ele também é dirigente Federação do Sindicatos do Servidores Municipais CUTtista do Paraná (Fessmuc) e já foi dirigente do Sismmar por duas gestões.
Maringá Post – Qual a sua principal proposta para conquistar o voto dos servidores?
Moisés Rebouças dos Santos – Acreditamos que é fundamental devolver o sindicato para os servidores, nossa entidade terá como meta o servidor em primeiro lugar, e não partidos políticos ou interesses da administração. Por isso, nossa chapa terá compromisso apenas com os servidores: ouvindo, envolvendo, estudando os temas e defendendo suas reivindicações. Buscando a merecida e justa valorização do trabalhador público que faz o máximo para cidade crescer e, muitas das vezes, têm o mínimo para viver e prestar um bom serviço de qualidade aos munícipes.
O banco de horas é um assunto controverso entre os servidores e a administração municipal. Qual é a proposta da sua chapa para o banco de horas?
Defenderemos que o trabalhador público receba o pagamento de horas extras conforme determina a lei, 50% a mais por hora trabalhada. Aliás, passou da hora da educação e outras carreiras da prefeitura, terem o direito a hora extra na sua totalidade. Nossa visão é que administração municipal realize um estudo e abra concursos públicos para diversas áreas. Horas “extras” ou “banco de horas” significa que existe falta de funcionários públicos na administração.
Servidores da UPA Zona Norte e UPA Zona Sul aprovaram escala de 12X60 com jornada de 30 horas semanais e o Sismmar aguarda projeto de lei para regulamentar. Se eleito, o que o senhor pretende fazer para resolver essa situação?
Mais uma vez a necessidade dos servidores da saúde foi colocada na gaveta, visto que, embora tenha sido aprovada pelos servidores a escala pretendida e, eles, estejam trabalhando nessa escala em caráter experimental há quase um ano. O sindicato não concluiu a demanda, falta lei que regularize e autorize essa escala.
Sendo eleito, organizaremos os trabalhadores para propormos o projeto de lei, para que seja apresentado aos vereadores, e tomaremos todas as medidas necessárias para que a lei seja finalmente aprovada e sancionada.
Qual avaliação o senhor faz sobre o atual comando do sindicato? Onde errou? Onde acertou? O que o senhor teria feito, no casos dos erros, se fosse presidente?
Infelizmente o que dizíamos há 4 anos aconteceu. A presidente do Sismmar se afastou do sindicato e se candidatou a vereadora, se envolveu em várias campanhas políticas a partidária entre outras coisas, distanciando-se ainda mais dos servidores públicos. O sindicato passou a ter um viés partidário, o que prejudicou os servidores, pois a partir disso, o trabalho e atuação a favor dos servidores foi colocado de lado e congelado pela presidente.
Cabe lembrar, que muitas das conquistas para os servidores foram promessas de campanha do atual prefeito, portanto não foram conquistas do sindicato na atual gestão, como vale alimentação, regime contratual único, eleições diretas para o cargo de diretoras de escolas e Cmeis, Pagamento da trimestralidade e entre outras.
O principal erro foi ter se afastado da base e deixado o papel de dirigente sindical secundarizado, pois acreditados no olho a olho, na conversa presencial e não apenas nos grupos de Whatssap.
Na condição de Presidente, teria mantido e ampliado o contato direto com os servidores, realizando estudos, pesquisas, bem como informado e esclarecendo sobre as questões pertinentes a categoria e revindicando os anseios da base. Ao mesmo tempo, realizaria diálogo com a população, destacando a importância de cada trabalhador público que faz a cidade funcionar dia e noite fazendo de nossa cidade pujante, geradora de oportunidades com serviços públicos de qualidades a vida de todos os munícipes.
A busca de benefícios para os servidores públicos depende de um bom diálogo com a administração municipal. Sua chapa tem candidato a prefeito para 2020?
Não, nem a prefeito e nem a vereador, pois defendemos um sindicato sem atrelamento partidário. Nossa visão, missão e valores serão norteadas na elaboração de propostas para todos candidatos/as, com proposituras viáveis à categoria e a causa pública.
Confira os membros da chapa 4 “Mudança Já”:
- Presidência: Moisés Rebouças Santos
- Vice-Presidência: Cibele Cristina Telles Campos
- Secretaria Geral: Danieli Barbosa da Silva
- Secretaria de Finanças: Magno Aguinelo Ribeiro de Novais
- Secretaria de Comunicação e Imprensa: Reginaldo Luciano de Souza
- Secretaria de Assistência Jurídica: Bruna Eduarda Reis do Nascimento
- Secretaria de Formação Sindical e Estudos Socioeconômicos: Alcides de Albuquerque Junior
- Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer: Marlene Rodrigues de Oliveira
- Secretaria das Mulheres: Claudiane Maria Vieira Theodoro
- Secretaria dos Aposentados: Cléia de Souza Teodoro
- Secretaria de Saúde e Segurança dos Servidores: Gerson Aparecido de Andrade
- Secretaria dos Movimentos Sociais, LGBT, Igualdade Racial e Indígena: Valdice Pompanim
- Secretaria da Juventude: Larissa Theodoro de Aquino
- Diretoria Sindical: Odair Nespolo
- Diretoria Sindical: Daiane Machado da Silva
- Diretoria Sindical: Andreia Aparecida Amaral
- Diretoria Sindical: Mislene Aparecida da Silva
- Diretoria Sindical: Josafá Batista Pinto
- Diretoria Sindical – Suplente: Lino Gregório de Souza
- Diretoria Sindical – Suplente: Hermelino Batista Castro
- Diretoria Sindical – Suplente: Paulo Pereira da Rocha
- Diretoria Sindical – Suplente: Paschoal Leite Albuquerque
- Diretoria Sindical – Suplente: Paulo Roberto Alves Pereira
- Conselho Fiscal: Rosilene Aparecida Bernardo
- Conselho Fiscal: Cláudia Rocha
- Conselho Fiscal: Janaína de Oliveira
- Conselho Fiscal – Suplente: José Roberto Barros
- Conselho Fiscal – Suplente: Suely Parron de Araújo
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