Polícia Civil de Maringá prende cinco pessoas suspeitas de revender materiais cirúrgicos que deveriam ir para o lixo

Os investigados revendiam os produtos de forma clandestina para médicos em todo o Estado

  • A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira (24/9), três pessoas em Maringá e duas em Mandaguaçu suspeitas de participar de um esquema criminoso que reaproveitava materiais de uso único utilizados em cirurgias urológicas. Os investigados revendiam os produtos de forma clandestina para médicos em todo o Estado. 

    Batizada de “Autoclave”, a operação cumpriu doze mandados em Maringá, Mandaguaçu e Sarandi. Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e sete de busca e apreensão.

    Os principais alvos são funcionários de empresas que fornecem materiais cirúrgicos. Além disso, o empregado de uma empresa de esterilização também é investigado. 

    A Polícia Civil também apura a participação de médicos no esquema criminoso. “A gente sabe que houve falha de procedimento por esses materiais terem chegado na mesa de cirurgia. Estamos investigando a participação de médicos e funcionários que tenham relação com eles (o grupo criminoso)”, afirmou o delegado da Delegacia do Consumidor em Curitiba, André Gustavo Feltes.

    Segundo o delegado, as empresas não tinham conhecimento da atuação dos funcionários. As investigações começaram em março de 2019, após uma denúncia em Ponta Grossa. A Polícia Civil identificou a atuação dos suspeitos em vários municípios do Paraná como Campo Mourão e Cianorte, na região Noroeste, e Pato Branco e Francisco Beltrão, na região Sudoeste. 

    A Polícia Civil também cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Mandaguaçu, um em Sarandi e quatro em Maringá. Segundo o delegado, foram apreendidos materiais como extrator de cálculo renal e fio guia, que devem ser descartados após o procedimento cirúrgico. Durante as buscas também foram encontrados materiais vencidos.    

    De acordo com André Feltes, os investigados ficavam com materiais cirúrgicos que deveriam ir para o descarte, após serem utilizados em procedimentos cirúrgicos, e mandavam para esterilização. Depois, o grupo criminoso fazia, segundo a polícia, a negociação do material com médicos por um valor abaixo do mercado. 

    André Feltes afirmou que a Polícia Civil ainda não conseguiu identificar em quais cirurgias foram utilizados os materiais reaproveitados. “Por enquanto estamos catalogando o que foi apreendido para depois fazer a análise dentro do prazo do inquérito”, disse o delegado. Os suspeitos presos nesta terça-feira ainda não foram ouvidos. O inquérito deve ser concluído em 10 dias.      

    Veja vídeos dos materiais apreendidos

     

     

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