O aparecimento de dezenas de peixes mortos no domingo (22/9) no Ribeirão Maringá causou preocupação a dona Dalva Barbosa. Ela vai morar no Jardim Munique, no final da Avenida Mandacaru, e se surpreendeu com os peixes mortos no riacho próximo ao bairro.
“Caminho pela região faz uns dois anos. Nos dias ensolarados a água do córrego costumava ser mais transparente e reparei que estava em uma cor mais escura”, conta Dona Dalva. Ao chegar mais perto, além da cor e do cheiro diferentes dos outros dias, a moradora da região se deparou com muitos peixes mortos entre as pedras.
Ao receber a denúncia da morte dos peixes, técnicos da Secretária do Meio Ambiente (Sema) fizeram uma vistoria no local na tarde desta segunda-feira (23/9).
O biólogo Rodrigo Lima conta que o objetivo é identificar a origem do poluente. Para isso é necessário uma busca nas tubulações que incidem no riacho. Uma das medidas é a análise das galerias pluviais, onde seria possível seguir o caminho de algum resíduo poluente.
De acordo com Lima, na maioria dos casos esse tipo de ligação é a principal responsável por contaminações em riachos, entretanto há possibilidades de uma contaminação causada por outros meios, como um caminhão que despejou algum tipo de resíduo no local, ou até mesmo em uma parte mais distante do rio, o que dificultaria mais ainda a investigação.
A Secretaria de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal também recebeu queixa da dona de casa Sueli Providência sobre a morte de peixes no Córrego Mandacaru, que é afluente do Ribeirão Maringá.
Ela também denunciou que a água do riacho estava com cor escura. A suspeita é que alguma empresa possa ter despejado efluente contaminante. Fiscalização da Sema coletou água e também analisará os peixes mortos. O exame é feito num laboratório parceiro da prefeitura e leva entre dez e 15 dias para divulgar o resultado.
Sobre a qualidade do abastecimento d’água na cidade de Maringá, a companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) informou que a água é avaliada de hora em hora e nenhum dos testes apresentaram qualquer mudança qualitativa na água usada para abastecer as residências da cidade.
Além disso, a companhia informou que o Ribeirão Maringá, local onde ocorreu o aparecimento de peixes mortos, e que é afluente do Rio Pirapó, fica a cerca de 7 quilômetros, rio abaixo, do ponto de capitação.
Em setembro de 2017, algo semelhante aconteceu no Rio Pirapó, quando segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) uma chuva ácida teria sido responsável pela morte de centenas de peixes.
Gerente de fiscalização ambiental da Sema, Ivan Zakaluk, informa que não é comum problema ambiental nessa região. A dona de casa denunciante diz que a água do córrego costuma ser cristalina e é comum pessoas tomarem banho no local.
Nos próximos dias a equipe de fiscalização da Sema fará vistoria nas margens acima para verificar se há indícios de poluição ou despejo irregular de efluentes que possam ter matado os peixes.
Quando a equipe de fiscalização da Sema estava no local no começo da tarde foram encontrados mais três peixes mortos na água do córrego Mandacaru. Que ainda apresentava coloração escura.
Essa foi a primeira denúncia formal de poluição no mês de setembro junto à Prefeitura de Maringá. A Sema orienta que as pessoas registrem pelo 156 para que possa ter uma fiscalização mais eficiente e evitar novos casos de poluição. Outra orientação é que as pessoas não joguem lixo nos córregos.
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