Ana Domingues, 55 anos, coordenadora da ONG Funverde, faleceu nesta quarta-feira (24/7) em Maringá

Velório vai ser realizado a partir das 22h30 desta quarta-feira (24/7) na sala 1 da Capela do Prever do Cemitério Parque

  • A coordenadora da ONG Funverde, Ana Domingues, 55 anos, morreu na tarde desta quarta-feira (24/7), em Maringá. Ela estava internada no Hospital Universitário, onde se recuperava de uma infecção pulmonar, agravada pelo diabetes.

    O velório da ambientalista vai ser realizado a partir das 22h30 desta quarta-feira na sala 1 da Capela do Prever do Cemitério Parque. O corpo de Ana Domingues vai ser cremado nesta quinta-feira (25/7), em horário a ser definido pela família.

    O Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Meio Ambiente de Maringá (Comdema) divulgou uma nota de pesar nas redes sociais.

    “Nossas condolências à família enlutada. Ana foi uma grande ativista ambiental, com ações conhecidas nacionalmente. Que seu exemplo persevere e se multiplique entre todos nós”, diz a nota do Conselho.

    O prefeito Ulisses Maia também divulgou uma nota de pesar. “Ela fazia um trabalho voluntário belíssimo a favor do meio ambiente. Era uma pessoa muito dedicada e engajada. Maringá perde muito. Que Deus possa confortar o coração de todos os amigos e familiares”, afirmou.

    O deputado estadual Homero Marchese também se manifestou com pesar. “Além de amiga sincera, Ana foi grande protetora do meio ambiente e mantinha importante atuação no Centro Português. Nossos sentimentos ao Cláudio, familiares e amigos”, disse.

    Ana Domingues é uma das fundadoras da Funverde que completou 20 anos em 2019. A ativista ambiental participou de lutas importantes em defesa do Meio Ambiente da cidade.

    Em 2004, a ONG iniciou uma guerra contra as sacolas plásticas de uso único distribuídas pelos supermercados. O trabalho da Funverde colaborou para a adoção das sacolinhas biodegradáveis e, até os dias, atuais, defende o uso de sacolas retornáveis.

    Em um texto de 2012, Ana questionava nas redes sociais. “Como fica o princípio da precaução, em que estas sacolas deveriam ser banidas para proteger o direito das gerações futuras de um planeta limpo? Como fica o direito ambiental, já que todos temos o direito de um meio ambiente de qualidade? E o e a responsabilidade transgeracional onde é dever de todos cuidarmos e preservarmos o meio ambiente para as gerações futuras?”, escreveu Ana Domingues à época.

    Mesmo com a mobilidade reduzida por uma cadeira de rodas, Ana Domingues nunca deixou de criticar a poluição do meio ambiente e participava ativamente do reflorestamento de fundos de vale em Maringá.

    Ela também participou ativamente, por exemplo, das ações para impedir a instalação de usinas para incineração do lixo na cidade.

    Um dos trabalhos de Ana Domingues e da Funverde, que literalmente vai deixar frutos para as próximas gerações, foi tema de reportagem em novembro de 2018 no Maringá Post.

    O projeto desenvolvido pela Funverde começou em 2009 e até agora garantiu o plantio de mais de 1,5 mil árvores de pelo menos 100 espécies e variedades no Bosque das Grevíleas.

    “Estão sendo plantadas árvores frutíferas de várias partes do mundo, que correspondem a 90% de tudo o que já foi plantado. Os outros 10% são de árvores nativas que correm o risco de extinção”, explicou Ana na ocasião.

    Ana Domingues contou orgulhosa que com as novas árvores, o bosque vem recebendo novos visitantes. Antes, quando as grevíleas eram as únicas, apenas pica-paus apareciam. Hoje, o espaço recebe pássaros de todos os tipos que se alimentam e constroem ninhos.

    “O local é ótimo para um piquenique. Só pedimos que as pessoas consumam as frutas no bosque mesmo. Quem enche um balde para levar para casa está tirando a oportunidade de outras pessoas desfrutarem do que a natureza oferece”, disse.

    A intenção da Funverde é fazer do Bosque Sensorial das Grevíleas, o maior pomar urbano público do País, com cerca de 3.500 árvores de várias espécies em uma área de 4.500 m². “Não há nada assim em outro lugar e inclusive queremos espalhar a ideia”, concluiu Ana na reportagem. Fica o desafio neste momento de despedida.

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