Levantamento preliminar do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Maringá, realizado em 16 dos 33 colégios estaduais da cidade, mostra que 118 professores não compareceram às escolas e 1.817 alunos ficaram sem aula na manhã desta terça-feira (25/6). O balanço foi feito apenas no período matutino e deve ser atualizado à tarde. É o primeiro dia da greve anunciada pelo funcionalismo público do Paraná.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Paraná (APP-Sindicato), cerca de 40% dos servidores aderiram à greve em Maringá. O sindicato informou que apenas o Colégio de Aplicação Pedagógica da Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi fechado totalmente.
Professores, funcionários e alunos de escolas estaduais da cidade ficaram reunidos na manhã desta terça-feira (25/6) em frente ao NRE de Maringá. Sem reajuste desde 2016, a categoria reivindica o pagamento da data-base de 4,94%. Por volta das 11 horas, o chefe do Núcleo de Educação, Luciano Pereira dos Santos, recebeu a imprensa e representantes da APP-Sindicato.
A preocupação dos servidores era com um documento que teria sido enviado às escolas com orientações sobre a greve. Entre outras informações, o documento dizia que professores do Processo Seletivo Simplificado (PSS) que faltassem poderiam ter o contrato com o Estado encerrado.
De acordo com Luciano dos Santos, nenhum documento foi emitido pelos Núcleos Regionais de Educação ou pela Secretaria do Estado da Educação (Seed). Ele também informou que a reposição dos dias de aula afetados pela greve será discutida posteriormente. “A orientação é fazer o levantamento das ausências, encaminhar para a Seed, que através de uma negociação aberta com o comando estadual de greve e representantes do Governo poderão ter uma resposta definitiva para essa situação”.
O chefe do NRE de Maringá também afirmou que o Governo do Estado está aberto ao diálogo com os servidores. “A reivindicação da categoria é pautada em números que não são dessa gestão. O governador Ratinho Junior está fazendo o possível para que haja sinalização dessa reposição que, até onde tenho notícia, não vai acontecer em uma única parcela. É preciso se programar para isso”.
Policiais recuaram nos protestos
Apesar dos professores e outras categorias estarem mobilizados, os policiais resolveram suspender as manifestações. Segundo informações do site Paraná Portal, a Associação dos Delegados de Polícia Civil do Paraná (Adepol-PR), que comanda as manifestações das classes policiais, informou que o Governo do Estado se comprometeu a apresentar uma proposta oficial de reajuste na próxima semana. Com isso, a categoria recuou.
Segundo a presidente da APP-Sindicato em Maringá, Vilma Garcia da Silva, a greve dos professores está mantida. “Se o governo se comprometer com alguns itens da pauta não há problema para encerrar a greve, mas essa não é uma decisão da diretoria do sindicato, é uma decisão que deve ser tomada em conjunto pela categoria, em uma assembleia estadual”, explicou.
A presidente do sindicato disse acreditar que o recuo dos policiais não enfraquece o movimento. De acordo com ela, os servidores não reivindicam apenas a recomposição salarial, mas também pedem a retirada do projeto de lei complementar 4/2019, de autoria do Governo do Estado, que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Para a APP-Sindicato, o projeto cria condições que inviabilizam o pagamento de reposição salarial, promoções e progressões dos servidores. “A data-base é o principal, mas temos outros itens em que é preciso avançar. Talvez esse projeto seja o item mais grave”, avaliou Vilma da Silva.
Os servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá e Região (Sinteemar) e o Sesduem, que representa os docentes da universidade, aprovaram indicativo de greve para quarta-feira (26/6). Uma assembleia vai ser realizada na UEM na manhã desta quarta.
Segundo o presidente do Sinteemar, José Maria Marques, a universidade deve entrar de greve nesta quarta-feira e as atividades no campus serão suspensas por tempo indeterminado. Além da UEM, outras universidades estaduais também entram em greve.
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