Atuação de mulheres na pesquisa científica da UEM coloca instituição de Maringá em destaque mundial

Dos 1.288 trabalhos acadêmicos publicados de 2014 a 2017 na UEM, 54,1% são de autoria de mulheres.

  • A Universidade Estadual de Maringá (UEM) é a segunda instituição de ensino superior do mundo com o maior número de mulheres na pesquisa científica. Os dados são do Leiden Ranking, que analisou a produção de 963 universidades.

    Dos 1.288 trabalhos acadêmicos publicados de 2014 a 2017 na UEM, 54,1% são de autoria de mulheres. A instituição ficou atrás apenas da Universidade Médica de Lublin, na Polônia, que alcançou 56%.

    Dos 1.288 trabalhos acadêmicos publicados de 2014 a 2017 na Universidade Estadual de Maringá (UEM), 54,1% são de autoria de mulheres / Nature

    Iniciado em 2007, o Leiden Ranking é um levantamento anual que avalia o desempenho científico das universidades com base na bibliometria. Essa é a primeira vez que o estudo inclui uma métrica que calcula a proporção de mulheres na pesquisa científica nas instituições de ensino superior.

    Para fazer o levantamento, foi utilizado um algoritmo para atribuir gênero a nomes de autores, assim, foi possível determinar quantas autorias de uma universidade eram de homens ou mulheres. O procedimento não contabiliza pessoas de gênero não-binário.

    “O fato da UEM mostrar esse quantitativo de mulheres atuando em pesquisas científicas é importante, não pelo número em si, mas porque evidencia a competência das pesquisadoras da instituição. Evidencia que as mulheres estão integradas em todo o sistema de pesquisa e pós-graduação da UEM”, explica o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UEM, Cloves Cabrera Jobim

    Nesta quarta-feira (29/5), o Leinden Ranking foi publicado na Nature, uma revista científica britânica fundada em 1869. “Com o ranking publicado na Nature, um dos periódicos mais conceituados mundialmente, nossa universidade ganha mais visibilidade”, ressalta Jobim.

    Para ele, o levantamento demonstra a importância de investimento na educação. “As universidades brasileiras só terão condições de continuar se destacando nesses rankings mundiais, se houver disponibilidade de recursos. Não adianta termos homens e mulheres competentes, se o fundamental é termos os recursos financeiros para manter essas pesquisas”, frisa,

    A professora do Departamento de Informática, Linnyer Beatrys Ruiz Aylon, acredita que há muito a ser comemorado. Ela destaca que as mulheres na pesquisa científica têm uma rotina invisível, dividindo o tempo entre os experimentos, as aulas, os cuidados com a família e outras tantos papéis sociais. 

    “Por tudo isso, considero o ranking espetacular. Ele reflete bem os esforços que temos feito para nos destacarmos na ciência. É importante considerar que a UEM está fora dos grandes centros e neste sentido há muito mais a ser festejado”, declara.

    Linnyer Beatrys Ruiz Aylon construiu uma carreira acadêmica na área da microeletrônica, em que profissionais do sexo masculino predominam. Em 2013, ela recebeu o prêmio IEEE Women in Engineering, entregue pelo Institute of Eletrical and Eletronics Engineers.

    A láurea foi um reconhecimento por sua contribuição na área de sistemas de computação, que está inserida na intersecção da ciência da computação e da microeletrônica, e pela representação das mulheres na ciência.

    O Leiden Ranking divulgado neste mês mostra que as mulheres são responsáveis por cerca de 30% dos trabalhos acadêmicos em todo o mundo.

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