Em assembleia na manhã desta terça-feira (28/5) no Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), os servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovaram o estado de greve. A categoria reivindica o pagamento da data-base, já que os servidores estão sem reajuste inflacionário desde 2016.
“Não dá para suportar uma perda de 18% nos nossos salários. Isso significa que deixamos de receber um décimo terceiro e o salário do mês de dezembro. Estamos ganhando dois salários a menos”, disse o presidente do Sinteemar, José Maria Marques.
Segundo Marques, o estado de greve é diferente do indicativo ou deflagração de greve. A ação serve de alerta ao Governo do Estado e significa que os servidores da UEM poderão aprovar uma greve a qualquer momento.
Durante a assembleia, os servidores também aprovaram a participação da categoria na mobilização nacional contra o contingenciamento de 30% feito pelo governo federal nas universidades públicas e o corte de verbas para os cursos de pós-graduação.
O protesto foi convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e deve ocorrer em várias cidades do país.
Em Maringá, secundaristas e estudantes da UEM organizam um ato na quinta-feira (30/5), às 16h45, em frente à Biblioteca Central da instituição. A previsão é que a passeata comece às 17h30 rumo à Praça Raposo Tavares, onde deve ocorrer o ato. No evento, organizado pelo Facebook, 1,3 mil pessoas confirmaram presença.
Governo do Estado defende equilíbrio nas contas
Durante entrevista coletiva na Expoingá, o governador Ratinho Júnior (PSD) afirmou que uma comissão foi montada com os sindicatos para discutir o reajuste salarial. Segundo ele, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE) alertou o Governo do Estado de que o Paraná está no limite prudencial e que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) afirmou, no final de 2018, que o governo não poderia gastar mais com a folha de pagamento.
“Nós temos que criar um equilíbrio das contas para que a gente possa fazer essa discussão sobre investimento na folha. Se faço qualquer investimento na folha nesse momento, nós passamos o limite prudencial e todos os convênios com o governo federal e as possibilidades de empréstimos são travadas”, disse o governador.
Ratinho Junior não descartou a possibilidade de conceder reajuste nesse ano, mas disse que é preciso avaliar a arrecadação do Estado.
“Nós vamos, de uma forma transparente, mostrar para a população e para os servidores, que são pessoas sensatas e têm consciência de que o Estado não tem uma fábrica de dinheiro, que assim que sairmos de qualquer dificuldade no limite prudencial, nós vamos construir [ a possibilidade de reajuste]”.
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