Três atletas maringaenses de vôlei de praia vão representar o Brasil no Campeonato Mundial Sub-21. Ingridh Louise, Gabriel Zuliani e Lázaro Lyan vão participar do mundial que ocorrerá na Tailândia entre os dias 18 e 23 de junho. O técnico, Robson Xavier, também foi convocado.
Os atletas fazem parte da Associação Maringaense de Vôlei de Praia, que incentiva a prática do esporte na cidade. Para serem convocados, eles passaram por um longo processo de preparação, treinos intensivos e persistência. Agora, como explica o técnico Rosbon Xavier, começa outra etapa de preparação.
“Eles estão no mundial, então têm que se preparar para jogar bem o mundial. Temos que trabalhar a melhoria da capacidade técnica, física e, principalmente, mental. O nível de estresse e cobrança é muito maior em um mundial como esses”, diz Xavier.
Na visão do técnico, essa é uma oportunidade para os atletas ganharem visibilidade e participarem de outras competições. “Normalmente, classificamos as participações nos mundiais sub-21 como os atletas mais promissores da categoria. Esse é o início de um processo para que eles estejam aptos para disputar a categoria adulto e competições de maior exigência. É uma porta de entrada para outras competições”.
Com 1,75m, Ingridh era considerada baixa nas quadras
Para chegar até o Mundial Sub-21, Ingridh Louise, de 19 anos, teve que enfrentar as respostas negativas nas peneiras e os comentários de quem dizia que ela não poderia ser jogadora de vôlei. Alguns pessoas ao redor dela focavam apenas em um detalhe: Ingridh tem 1,75m. História muito parecida com a da goleira da seleção feminina, Aline Reis, que tem 1,63m e diz que a altura só é problema no Brasil.
Ingridh nasceu em Engenheiro Beltrão, mas mora em Maringá desde os 5 anos. Ela começou no esporte com 9 anos, quando participava de competições escolares na modalidade de vôlei de quadra pelo colégio Regina Mundi. Há cerca de dois anos, no final de 2016, ela decidiu deixar as quadras e encarar as areias no vôlei de praia.
“É uma experiência incrível participar do mundial. Sempre foi meu sonho representar a seleção brasileira, desde pequena, quando dei meus primeiros toques na bola. Quando jogava nas quadras, poucas pessoas acreditavam, falavam que eu era baixa e não tinha altura. Eu desacreditei muito de mim mesma até que passei a treinar outra modalidade, com outros fundamentos, e as coisas foram dando certo”, conta Ingridh.
Além de atleta, Ingridh também é estudante de Direito. Por causa das competições e das viagens, nesse semestre ela não participou das aulas. Durante essa semana, ela e a companheira Thamela Coradello, do Espírito Santo, treinam na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No domingo (2/6), as duas vão para Saquarema, onde fica o Centro de Desenvolvimento de Voleibol, local em que treinam todas as seleções de vôlei do país.
Gabriel deixou a família e veio para Maringá com 14 anos
A família de Gabriel Zuliani, de 17 anos, é de Paranavaí. Para apostar no sonho, que começou com um convite de um amigo para treinar vôlei, ele decidiu se mudar para Maringá em 2016. Para isso, Zuliani teve que enfrentar o primeiro desafio, ainda fora das areias do vôlei de praia: morar sozinho e longe dos pais com apenas 14 anos.
Ele divide os treinos e as competições com os compromissos escolares do terceiro ano do ensino médio no Colégio Dom Bosco. Dias antes da convocação, Gabriel Zuliani acreditava que não seria chamado, já que é um dos mais novos na categoria. “É uma oportunidade de representar o Brasil e uma responsabilidade muito grande, mas a gente treina para isso, surgiu a oportunidade e temos que estar prontos para representar o país”, diz.
A Tailândia, país que vai sediar o Mundial Sub-21, é um adversário conhecido do atleta. No ano passado, ele disputou o Mundial Sub-18, na China, e a equipe perdeu nas oitavas de final para a Tailândia. No entanto, apesar dos fantasmas do passado, a expectativa, ao lado de Lázaro Lyan, que também mora Maringá e vai disputar o mundial, é que a equipe se destaque na competição.
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