A digital influencer de Maringá, Maria Helena Paiva, 24, que tem cerca de 815 mil seguidores no Instagram @mariapaiiva, teve suas fotos e stories furtados por perfis que aplicam golpes em lojas e seguidores. Algumas das fotos chegaram a ser publicadas em sites de conteúdo pornográfico e prostituição.
Natural de Barbosa Ferraz, Maria Helena Paiva é formada em nutrição e mora em Maringá há pouco mais de um ano. Desde os 18 anos, a jovem trabalha como digital influencer. Ela divulga marcas de roupas, sapatos, suplementos alimentares e outros produtos e serviços.
Com mais de 1,2 mil publicações no perfil do Instagram, Maria diz que sempre teve problemas com o uso indevido das fotos em perfis falsos, que já fez quatro boletins de ocorrência, mas que “nunca deu em nada”.
Utilizando as fotos da digital influencer, os perfis falsos fazem parcerias com lojas para receber produtos gratuitamente.
“Ela faz o perfil fake, consegue seguidores usando as minhas fotos e faz parcerias com lojas. As roupas chegam, e obviamente, não é feita a divulgação, porque não sou eu de verdade. Então, a loja entra em contato comigo e descobre que foi vítima de um golpe. Uma vez, uma loja enviou R$ 2 mil em roupas para a pessoa que criou o perfil falso”, conta Maria Helena.
Atualmente, há uma conta do Instagram com mais de 100 mil seguidores que utiliza as fotos e até stories da digital influencer de Maringá. O perfil falso usa o nome de “Izabella Campos”. A pessoa se identifica como digital influencer, modelo fotográfica e nutricionista e diz ser de Pouso Alegre, Minas Gerais.
A Central de Privacidade e Segurança do Instagram orienta que o usuário denuncie publicações com fotos e vídeos que violem os direitos de privacidade. No regulamento da plataforma, é feito um alerta.
“Removeremos as publicações denunciadas como não autorizadas se isso for exigido pelas leis de privacidade pertinentes do seu país, desde que o conteúdo envolva você, seu filho (menor de 13 anos) ou outra pessoa que você representa legalmente. Fotos ou vídeos que envolvam outras pessoas deverão ser denunciados pelos indivíduos em questão”.
No caso de Maria Helena, o usuário do perfil falso bloqueou a digital influencer de Maringá, impedindo que ela tenha acesso às informações e faça a denúncia.
“As pessoas me avisavam sobre esse perfil falso, mas eu nunca encontrava, porque ela me bloqueou. E toda vez que peço no meu Instagram para as pessoas me ajudarem a denunciar ela, a conta é desativada temporariamente para impedir que o perfil seja derrubado. Quando paro de pedir para denunciarem, ela volta e ativa novamente”, explica Maria Helena. Até o fechamento desta reportagem, o perfil falso continuava fora do ar.
Nesta semana, Maria Helena Paiva publicou stories em sua conta falando sobre o perfil falso e recebeu várias mensagens de seguidores relatando que tinham sido enganados.
“Várias pessoas entraram em contato comigo dizendo que ela pediu dinheiro, que alegava que era para pagar o aluguel. Outro cara me contou que ela estava enganando ele há meses, dando moral, dizendo que ia sair com ele. Ou seja, ela está usando minhas fotos para fazer maldade e enganar as pessoas, e isso é muito sério”, conta.
O usuário do perfil falso utiliza, ainda, um número de telefone com DDD de Minas Gerais para falar com os seguidores por WhatsApp. A reportagem do Maringá Post tentou contato, mas ninguém atendeu. O WhatsApp também foi desativado.
Maria Helena Paiva ressalta que pretende procurar um advogado para resolver a situação. “Esse é o lado ruim da internet, de ser uma digital influencer e se expor: as pessoas podem pegar suas fotos e usarem como quiserem. Desde sempre tive problemas com isso, mas já passou dos limites. Vou ficar atenta com esse perfil e tentar descobrir quem é essa pessoa, e também vou procurar um advogado.”
Ela acrescenta que atualmente existem vários perfis de fã-clube dela no Instagram, que deixam claro na descrição que são fãs e admiradores e ajudam, inclusive, a divulgar seu trabalho. Ou seja, não são pessoas que tentam se passar pela digital influencer, ou aplicar golpes nos seguidores.
Além dos perfis falsos do Instagram, a jovem relata que suas fotos já foram divulgadas em sites de conteúdo pornográfico e prostituição. Em um deles, Maria Helena aparecia como opção de garota de programa, e alguns internautas agendaram horário e pagaram antecipadamente pelo encontro, mas chegando no local, se deparavam com outra mulher.
A digital influencer soube de três casos e registrou boletim de ocorrência. “Alguns sites já apagaram minhas fotos, mas tem um de Santa Catarina que ainda usa. Meus seguidores me avisaram, mas eu não consegui encontrar esse site ainda”, conta.
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