Metrópole Paraná Norte tem posição geográfica, capital humano e agronegócio como características únicas

“Não tem outra região no Paraná ou no Brasil que seja igual ao Norte do Paraná”, afirma a arquiteta Manoela Feiges.

  • Relatório inicial do Plano de Desenvolvimento Sustentável da Metrópole Paraná Norte foi discutido nesta sexta-feira (26/4) em Maringá. O objetivo é analisar a região para verificar as oportunidades, fraquezas e ameaças.

    Proposto pelo Governo do Estado com apoio do Banco Mundial, a ideia é criar um corredor de desenvolvimento unindo as regiões de Londrina, Apucarana e Maringá.

    O plano traz análises comparativas que permitem situar a região em estudo em relação a outras metrópoles no interior do Brasil e no mundo.

    Em nível nacional, a equipe analisou a região metropolitana da Grande Vitória e a região metropolitana de Sorocaba. Em nível internacional, foram analisadas a região metropolitana de Ruhr, no norte da Alemanha, Buenos Aires e a comunidade do país Basco.

    A arquiteta do consórcio Cobrape-Urbtec, contratado para elaboração do plano, Manoela Feiges, disse que a equipe ainda não chegou nas conclusões finais das análises. A ideia é que a oficina de contextualização, que ocorreu nesta sexta-feira em Maringá, ajude a equipe a confirmar os dados coletados.

    Mas a arquiteta adiantou que a posição geográfica estratégica, o agronegócio e o capital humano proporcionam a região um local de destaque e com forte potencial de crescimento.

    “Não tem outra região no Paraná ou no Brasil que seja igual ao Norte do Paraná. A região aqui não concorre com as outras, porque o que ocorre aqui não ocorre em outras regiões”.

    Segundo ela, a criação do plano possibilita o desenvolvimento sustentável da região, o que abrange o desenvolvimento econômico, social, ambiental, além da melhora da expectativa de vida. Porém, Manoela alerta que a construção do plano só vai ser possível com o engajamento da sociedade civil.

    Durante a apresentação dos dados, ela afirmou que, se comparado a outras cidades, ainda falta participação da região de Maringá. “Precisamos de participação popular, para que a sociedade possa discutir o que quer da região onde vive”, disse. 

    Grupos analisaram as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças ao desenvolvimento regional / Murillo Saldanha

    Metrópole Paraná Norte une 15 municípios

    A ideia  do plano é unir as cidades de Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina, Ibiporã, Jataizinho, Apucarana, Paiçandu, Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira e Mandaguaçu. Ao todo, os 15 municípios concentram uma área de 6.225 km², 1,5 milhão de habitantes e um PIB de R$ 35 bilhões.

    “É uma região que tem potencial. As cidades isoladas não têm tanta força quanto um agrupamento de cidades que juntas têm mais forças para buscar objetivos e projetos em conjunto”, afirmou o coordenador executivo do projeto pelo consórcio Cobrape-Urbtec, Cláudio Kruger. 

    Segundo ele, o apoio do Banco Mundial demonstra que organização tem interesse em investir na região. “A ideia é voltar para o Banco Mundial com os resultados e buscar o investimento necessário para as ações previstas no plano”, disse. 

    Para o arquiteto urbanista e consultor do Sebrae em Maringá, Celso Saito, que participa das discussões do Plano da Metrópole Paraná Norte, o projeto é importante porque, além de organizar o desenvolvimento da região a longo prazo, reforça o compromisso das cidades entre si.

    “É um planejamento que Maringá já tem, seja pela prefeitura ou pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), mas que a gente precisa integrar com outras cidades, não só Sarandi e Mandaguaçu que são vizinhas, mas com Londrina. Esse projeto é positivo na maneira que busca entender as necessidades e potencializar os pontos fracos da região”, disse Saito.

    Ele reforçou que é necessária a participação da sociedade civil e das prefeituras, já que o plano é uma política de longo prazo e não está ligada a nenhum gestor específico.

    O resultado mais positivo é estabelecer essas questões de governança, esse fomento de discussão dos problemas da cidade e, a partir dessa rotina, buscar soluções que podem acontecer ao longo do tempo. Isso não pode depender apenas de uma consultoria, deve ser uma política de Estado a longo prazo”, afirmou o arquiteto. 

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