Estudantes da UEM vencem Startup Weekend Maringá com protótipos de aplicativos com promoções da xepa

A ideia é que os clientes possam ter acesso, por meio do celular, as promoções do fim da feira e à localização de cada barraca.

  • Já imaginou receber todas as promoções da hora da xepa na tela do celular ou comprar produtos fresquinhos da feira sem sair de casa? Essas foram ideias de aplicativos que conquistaram a 1ª e 2ª colocação, respectivamente, no Startup Weekend Agrotech Maringá, o maior evento do planeta para criação de empresas inovadoras.

    Os dois projetos reuniram alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membros do Grupo Manna de Pesquisa e Inovação, ligado ao departamento de Informática da instituição.

    A ideia que conquistou o primeiro lugar veio da estudante de Ciência da Computação, Beatriz de Jesus Costa, de 19 anos. Para conectar os feirantes com os consumidores, a estudante e mais quatro pessoas criaram o protótipo do aplicativo “Xepa”. A ideia é que os clientes possam ter acesso, por meio do celular, as promoções do fim da feira e à localização de cada barraca, para se locomover até o local e comprar o produto com preço mais baixo.

    “Além de não conseguir vender, muitas vezes o feirante tem que transportar de volta aquele produto e conseguir um local para descartar. Com o aplicativo, ele conseguiria um dinheiro a mais e um sustento melhor, já que a única renda dele é a feira”, afirma Beatriz.

    A equipe que desenvolveu a ideia do aplicativo não se reduziu apenas a estudantes da área de informática. Além de Beatriz e outros dois membros que cursam Ciência da Computação, a equipe contou com auxílio de um estudante de Direito e dois participantes que fazem cursos técnicos.

    Como prêmio, o grupo ganhou um miniprocesso de aceleração na EVOA Aceleradora, com direito a uso de US$ 5 mil em serviços da Amazon Web Services, o que pode ajudar a equipe a colocar a ideia em prática e transformá-la em uma empresa. No entanto, para Beatriz, o prêmio maior foi vencer a timidez e desenvolver autoconfiança.

    “Antes eu não conseguia falar em público e na Startup Weekend eu consegui. Quando minha ideia venceu, fiquei muito feliz. Se não tivesse falado e apresentado a ideia, nunca teria a chance de ganhar”, conta a estudante.

    O grupo de Beatriz de Jesus conquistou o primeiro lugar com a ideia do aplicativo “Xepa” / Arquivo pessoal

    Delivery de produtos da feira

    Mestrando em Ciência da Computação na UEM, Juliano Cézar Chagas Tavares, de 22 anos, também decidiu se arriscar e pensar em soluções e ideias que não ficassem restritas ao ambiente acadêmico. Ele e mais oito participantes criaram um delivery de produtos da feira e batizaram o aplicativo de “Minhafeira.com”.

    A ideia é que os consumidores possam fazer encomendas para o feirante e pagar pela mercadoria por meio da plataforma. Para que os negócios não fiquem restritos às barracas, o aplicativo também aposta no segmento delivery, em que os feirantes podem fazer entregas dos produtos pela cidade nos dias de feira.

    “Fizemos um levantamento com o pessoal da feira e isso é um problema muito forte para eles. Os feirantes até têm capacidade de aumentar a produção, mas por estarem restritos à feira é difícil produzirem mais porque não têm a garantia da venda”, afirma Juliano Tavares. O grupo também pretende colocar a ideia em prática e está em busca de possíveis patrocinadores que ajudem no processo de aceleração do protótipo.

    O mestrando conta que a ideia de escolher os feirantes como público alvo surgiu com objetivo de aproximar o pequeno produtor, que muitas vezes não tem acesso
    a soluções inteligentes, a novas formas de resolver situações do dia a dia. “Quando a gente conversou com eles, de cada 10 feirantes, oito tinham interesse, mas não tinham familiaridade com a tecnologia”, diz Tavares.

    Para a professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da UEM, Linnyer Beatrys Ruiz Aylon, é importante desmistificar a ideia de que a inovação está ligada apenas à tecnologia, à computação ou à engenharia. “É uma maneira de fazer as coisas de forma original. Então, a gente tem vários casos que não é só um aplicativo, mas novas maneiras de viver as experiências do dia a dia”.

    Segundo ela, será necessário pensar novos caminhos para todas as áreas do Ensino Superior. Na visão da professora, a disciplina de inovação, ofertada no curso de Ciência da Computação, e que deve ser estendida para outras graduações, é uma das ferramentes que pode ajudar o aluno a se aproximar de um perfil inovador e empreendedor ainda dentro da faculdade.

    A professora afirma que os projetos desenvolvidos durante o Startup Weekend ajudaram a despertar esse novo perfil nos estudantes. “Eles saíram de lá mais motivados e comprometidos. Eles não vão esperar a formatura para pensar em um projeto. Agora, eles já têm, a partir da competição e da disciplina (de inovação), um compromisso com o futuro deles”.

    Protótipo de um delivery de produtos da feira foi desenvolvido pelo grupo de Juliano Tavares

    Para quem gosta de ir às feiras livres, o Maringá Post tem um guia que mostra todas as feiras realizadas na cidade.

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