Equipe do Hospital Santa Rita faz o primeiro transplante de fígado de Maringá. Paciente é uma mulher de 69 anos

O doador é um homem de 54 anos, que faleceu vítima de um AVC na região de Curitiba.

  • A equipe do Hospital Santa Rita de Maringá realiza nesta quarta-feira (3/4) o primeiro transplante de fígado de Maringá. Referência na captação de órgãos no Paraná, o hospital foi credenciado em 2018 pelo Ministério da Saúde para fazer transplantes de fígado na macrorregião de Maringá e de Londrina.

    No primeiro transplante de fígado de Maringá, a paciente que recebe o órgão é uma mulher, moradora de Arapongas. Ela tem 69 anos e estava internada nos últimos dias com problemas graves no fígado. O doador é um homem de 54 anos, que faleceu vítima de um AVC na região de Curitiba.

    O médico e chefe do serviço de transplante de fígado do Santa Rita, André Cosme de Oliveira, é um dos quatro especialistas trazidos do Hospital das Clínicas de São Paulo para atuar na região de Maringá e Londrina.

    “Acreditamos que, nas regiões de Maringá e Londrina, será possível realizar de 25 a 30 transplantes por ano”, afirmou o médico, que coordena a equipe responsável pelo primeiro transplante de fígado de Maringá.

    O Hospital Santa Rita faz transplantes de rim há vários anos e é atualmente o responsável por mais de 70% dos transplantes renais na região. O hospital também tem autorização para realizar a captação de órgãos, como pulmão e córneas, que vão para outras regiões do Paraná e até outros estados.

    No estado, as equipes do Santa Rita integram a rede coordenada pela Central Estadual de Transplantes (CET). O Paraná é primeiro em número de doadores, em transplantes realizados, em autorização das famílias e em busca por possíveis doadores.

    Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a fila de espera por órgãos no Paraná é de 1.800 pessoas. Veja abaixo as orientações da equipe de transplantes do Hospital Santa Rita.

    Como é o processo de captação e transplante

    O processo de captação de órgãos começa na detecção da morte encefálica do paciente. Detectada a morte, seguindo os protocolos do Ministério da Saúde, a equipe hospitalar conversa com a família para confirmar se autorizam a doação de órgãos.

    A partir desse momento, a documentação é encaminhada para a Organização de Procura de Órgãos (OPU), que passa a buscar possíveis receptores.

    A central estadual verifica quais pacientes estão em condições de receber os órgãos e em uma hora comunica a unidade local, que faz a captação e as análises do órgão a ser transplantado. Na sequência, é feito o transplante e o acompanhamento do paciente.

    Como fazer para ser um doador de órgãos

    De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), de cada oito potenciais doadores, apenas um é notificado. No Brasil, para ser doador é preciso comunicar à família, pois somente os parentes podem autorizar a doação.

    A doação de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais, ou em vida.

    No primeiro caso, o doador é capaz de salvar mais de 20 pessoas, podendo doar córneas, coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem. O doador em vida, por sua vez, deve ter mais de 21 anos e boas condições de saúde. A doação ocorre somente se o transplante não comprometer suas aptidões vitais.

    Rim, medula óssea e parte do fígado ou pulmão podem ser doados entre cônjuges ou parentes de até quarto grau com compatibilidade sanguínea. No caso de não familiares, a doação só acontece mediante autorização judicial.

    Hospital divulga nota sobre transplante

    Confira na íntegra a nota divulgada pelo Hospital Santa Rita na manhã desta quinta-feira (4/4) sobre o transplante:

    “O Hospital Santa Rita, pioneiro no credenciamento para realização de transplante de fígado no norte e noroeste do Estado do Paraná (atuando em 10 regionais de saúde, dentre elas Maringá e Londrina), realizou na última quarta-feira (3) o primeiro transplante de fígado de Maringá.

    O Hospital foi credenciado em outubro do ano passado pelo Ministério da Saúde, após atender todas as especificações exigidas, como formação de equipe técnica treinada no Hospital das Clínicas de São Paulo, referência Nacional do serviço de transplante, bem como a aquisição de equipamentos de alta tecnologia e atendimento humanizado.

    O Transplante foi realizado em caráter de urgência, em uma paciente moradora de Arapongas, internada desde o início da semana no Hospital Santa Rita. A paciente de 69 apresentava severas complicações hepáticas ( insuficiência hepática aguda grave).

    O órgão utilizado no transplante foi captado em Curitiba e transportado via aérea para Maringá. Toda esta regulação foi efetuada pela Central de Transplante da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, referência nacional em transplantes.

    Segundo o chefe do Serviço de Transplante Hepático do Hospital Santa Rita, Dr. André Cosme de Oliveira (Cirurgião de Transplante de Fígado do Hospital das Clínicas de São Paulo), a idade limite para a realização de transplante de fígado no Brasil é 70 anos. “A paciente estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave, apresentado um risco muito elevado de óbito sem o transplante. Com o procedimento, a chance de se recuperar era de 50%”, afirmou.

    A paciente sofreu duas paradas cardíacas após a revascularização do fígado implantado, sendo que na segunda, apesar de todos os esforços empenhados, ela não resistiu e faleceu”.

    • Reportagem atualizada na quinta-feira (4/4), às 11h06, com a inclusão da nota divulgada pelo Hospital Santa Rita sobre o transplante.

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