A Polícia Civil de Maringá prendeu três suspeitos de falsificação de documentos na manhã desta terça-feira (2/4). Eles seriam integrantes de uma organização criminosa que fraudava carteiras de identidade para foragidos da Justiça e para o cometimento de crimes de estelionato. Entre os presos, está um contador da cidade, de 43 anos, que também estaria envolvido em outros crimes de estelionato.
Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, o contador, a mulher, a ex-mulher dele, uma amiga e um servidor municipal do município de Rancho Alegre D’Oeste criavam empresas fraudulentas, registravam em nomes de laranjas e davam o golpe do seguro desemprego e salário maternidade. O esquema teria provocado prejuízo superior a R$ 1 milhão aos cofres públicos.
De acordo com a Polícia Civil, o servidor municipal de Rancho Alegre D’Oeste, de 48 anos, trabalhava em um posto de atendimento para confecção de carteiras de identidade e aproveitava para inserir dados falsos no sistema para contribuir com criminosos. Segundo as investigações, o posto de atendimento em que o funcionário trabalhava confeccionou 160 carteiras de identidades falsas.
A Polícia Civil não divulgou o nome das pessoas presas, mas informou que o esquema teria beneficiado Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, um dos maiores traficantes do país e o segundo na hierarquia da facção criminosa Comando Vermelho, comandada por Fernandinho Beira-Mar.
Foram cumpridos simultaneamente quatro mandados de busca e apreensão e cinco de prisão em Maringá, Sarandi e Rancho Alegre D’Oeste. As ações fazem parte da segunda etapa da Operação Vucetich, em alusão ao argentino nascido na Croácia, Juan Vucetich, que desenvolveu e colocou em prática pela primeira vez um sistema de identificação de pessoas mediante impressões digitais.
O vice-diretor do Instituto de Identificação do Paraná, Mauricio Jorge Lopes, explicou que o órgão identificou irregularidades na confecção das carteiras de identidade no final do ano passado e solicitou um pente fino na cidade. Após isso, foi descoberto que eram utilizadas certidões falsas para a confecção dos documentos.
Na primeira fase da Operação Vucetich, que ocorreu em 10 de dezembro do ano passado, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência e no posto onde trabalhava o servidor público em Rancho Alegre D’Oeste e no escritório de contabilidade em Maringá. Na ocasião, foram apreendidos computadores, celulares e documentos.
Mauricio Lopes afirmou que o Instituto de Identificação do Paraná já traçou ações para evitar a falsificação de documentos.”Por determinação do diretor Marcus Vinicius Michelotto, a partir do ano que vem não terá mais tinta para confecção da carteira de identidade. Todos os postos nos 399 municípios terão coleta biométrica com scanner digital que faz com que o sistema fique mais seguro”.
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