Conheça Eliany Mariussi. Ela conquistou mais de 33 mil seguidores no Instagram falando de sexualidade

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Ela se arruma, faz o cabelo e a maquiagem, prepara o roteiro e na companhia do personagem Máximo, um fantoche que representa o pênis, grava vídeos para as redes sociais tirando dúvidas sobre sexualidade. Foi assim que a psicóloga e sexóloga, Eliany Mariussi, conquistou 33,2 mil seguidores no Instagram.

Após mais de 20 anos de atendimentos convencionais na clínica em Maringá, a sexóloga decidiu abrir as redes sociais para falar sobre sexualidade, empoderamento feminino e a afetividade envolta nas relações sexuais. Nos vídeos, ela procura responder às dúvidas dos seguidores e desmistificar os tabus que envolvem a sexualidade.

Formada em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Eliany Mariussi decidiu se especializar como sexóloga após o término da graduação. Porém, durante os atendimentos na clínica ou nas palestras, ela começou a perceber que as pessoas demonstravam interesse sobre o assunto, mas não havia diálogo aberto.

Em 2016, ela começou a postar vídeos nas redes sociais. A partir daí, a sexóloga percebeu que conseguiria informar mais pessoas sobre sexo e que o engajamento com o público era maior. “Quando eu comecei a fazer os vídeos, percebi que quanto mais eu faço, mais as pessoas procuram informações. A carência por conhecimento é muito grande”.

Além dos atendimentos e da atuação nas redes sociais, Eliany também é autora de dois livros, “Educação sexual começa em casa” e “Na Cama Com a Sexóloga – Casos Reais”. Nesse último livro, lançado no ano passado, a sexóloga relata casos de pacientes com disfunções sexuais atendidos por ela na clínica.

Por que falar sobre sexualidade?

Eliany saiu de Tupãssi, no oeste do Paraná, aos 17 anos para morar em Maringá e cursar Psicologia na UEM. Foi durante a graduação que ela percebeu que a sexualidade não era discutida no ambiente acadêmico e começou a estudar por conta própria sobre o assunto.

“Quanto mais me informava, mais percebia o quanto ninguém falava abertamente e o quanto era importante”, diz. Ela chegou a dar conselhos para amigas, mesmo sem ter experiência ou concluído o curso.

Porém, até decidir fazer a especialização, Eliany também precisou enfrentar amarras familiares e tabus sobre a sexualidade. “Na minha adolescência, minha mãe me orientou: ‘primeiro, você vai estudar e depois namorar’. Assim, aprendi a passar por cima dos meus desejos sexuais de adolescente. Percebia que tinha vontade de paquerar, mas tive que acomodar isso dentro de mim”, conta.

Na visão dela, essas experiências também contribuíram para que ela entendesse a importância de falar sobre todos os aspectos que envolvem a sexualidade e a levar informações para outras pessoas. “As pessoas não estão habituadas a falar sobre isso porque não tivemos educação sexual. Elas aprendem escondidas, sempre colocando o sexo de forma negativa. Mas o sexo faz parte de nós, já que somos seres sexuados”.

Mãe de dois filhos, um com 15 e outro com 24 anos, Eliany diz acreditar que a educação sexual deve começar em casa. Segundo ela, não existe idade definida e nem momento especial para os pais começarem a falar sobre sexo com os filhos. De acordo com a sexóloga, essas orientações devem aparecer de forma natural no cotidiano.

“Desde que a criança entenda, dá para passar os conceitos. Se o menino perguntar, você não fala que ele tem um pipi, mas um pênis. Por que você fala que mão tem nome de mão e pênis tem nome de pipi? Se é uma parte do nosso corpo, quando a criança vai perguntando você fala naturalmente”, orienta.

https://www.instagram.com/p/BuyxkN3gAGe/

Dúvidas e respostas sobre sexualidade

Para o Maringá Post, a psicóloga e sexóloga, Eliany Mariussi, respondeu algumas das principais dúvidas que recebe dos seguidores pelas redes sociais, nas palestras ou durante os atendimentos na clínica.

1 – Como controlar a ejaculação precoce?

A primeira coisa que o paciente precisa ver é qual a razão que leva ele a ejacular muito rápido. É preciso identificar se é algo que já acontecia ou se é por uma situação que ele está passando ultimamente e que ele desenvolveu a ejaculação precoce. É preciso ver se ele está tendo um problema e diante do problema procurar ajuda profissional.

As vezes é um problema que logo vai ser resolvido, mas às vezes não melhora porque o homem desenvolve uma ansiedade muito grande e ele não consegue melhorar, porque o pênis aprende a responder rapidamente. Então, ele fica com uma dificuldade psicológica e fisiológica.

Com os homens iniciantes, que estão começando a ter relações agora, é comum ter uma ejaculação rápida. Porém, é comum ser temporária. Depois com as relações, a tendência é que isso vá melhorando.

2 – Qual é o tamanho normal do pênis?

A média brasileira de tamanho do pênis é de 11,5 cm até 17 cm. Isso foi avaliado em todos os estados do Brasil pela psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo. Quando está abaixo disso, tem algumas orientações específicas e acima dessa média tem outras orientações.

3 – Como chegar ao orgasmo feminino?

A principal questão é a falta do autoconhecimento. Tem várias técnicas e orientações que as mulheres precisam conhecer, mas na verdade somos deficientes e temos uma cultura que não tem educação sexual. Porém, a primeira atitude é o autoconhecimento, a mulher tem que aprender a relaxar com o próprio corpo e fazer a entrega necessária.

4 – O que fazer para não ter dor na relação sexual?

A dor é uma consequência da falta de preliminares, da falta de envolvimento do casal, de como eles se conhecem, trocam carícias e da falta de preparar a mulher para o relacionamento afetivo e sexual, já que a mulher precisa de um tratamento especial.

Para ter uma relação sexual, o homem precisa ter uma ereção. Para a mulher ficar pronta para o sexo, ela também precisa ter ereção, só que a vulva é mais interna, diferente do pênis que é externo. A mulher precisa de mais ou menos de 3 a 5 vezes mais tempo para ter ereção, mas a gente não vê porque o órgão feminino é interno.

5 – Por que as mulheres têm menos desejo que os homens?

Na verdade, as mulheres não têm menos desejo que os homens. O que acontece é que elas não se permitem, elas têm uma história de vida de maior repressão, se comparada com os homens. Elas aprenderam na infância e adolescência e, muitas vezes até na vida adulta, a se controlar, a não se entregar completamente porque era feio e ela podia ficar falada.

Tudo isso influi em como ela vai sentir o prazer. Porém, tanto o homem quanto a mulher têm a mesa capacidade de sentir prazer enquanto pessoas.


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