Com o Santo Papo, maringaense ganha dinheiro com pacotes que ensinam a conquistar mulheres e com cantadas para WhatsApp

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Auxiliar homens que precisam saber como tratar uma mulher de forma adequada e conquistá-la é o trabalho do coach de relacionamentos Marcel Kume, de 37 anos. O maringaense é criador do Santo Papo, uma plataforma que produz conteúdo na internet e vende pacotes de treinamentos, que variam de R$ 97 a R$ 1,5 mil, com objetivo de ajudar os homens no momento da conquista.

O trabalho de Marcel Kume é parecido com o do personagem Alex Hitchens interpretado pelo ator Will Smith no filme “Hitch – Conselheiro Amoroso” (2005). A comédia romântica conta a história de um consultor de relacionamentos que trabalha de forma anônima e que, em troca de uma determinada taxa, ajuda homens tímidos a conquistar mulheres.

No caso do maringaense Marcel Kume, não tem como se esconder, já que todas as consultorias amorosas são feitas pela internet. Segundo ele, a plataforma reúne 30 mil alunos de todo o Brasil e até de outros países que também falam a língua portuguesa, como Portugal e Angola. No canal do YouTube são 700 mil inscritos. E Marcel tem 1 milhão de visualizações ao mês no site do Santo Papo.

No filme, o personagem de Will Simth coloca em risco o anonimato ao se apaixonar por uma jornalista. No caso de Kume, ele conta que começou a produzir os conteúdos sobre relacionamento após o término de um namoro em 2008. Curioso, ele criou o blog Santo Papo com objetivo de ajudar as pessoas por meio das próprias experiências.

Formado em Gerenciamento e Segurança de Redes de Computadores, ele resolveu fazer um curso de coaching em 2013. Na metodologia, o profissional denominado coach ajuda outra pessoa a conquistar um objetivo por meio de treinamento e orientação. A partir daí, Marcel Kume resolveu se dedicar exclusivamente ao Santo Papo e começou a produzir os treinamentos.

De acordo com Kume, o fato de ser um coach de relacionamentos não prejudicou as próprias relações amorosas. Atualmente, ele é casado com Arianne Kume, de 36 anos, que também é sócia do Santo Papo. Enquanto ele trabalha com a parte de produção de conteúdo, ela cuida de toda a parte administrativa.

“Quando você começa a estudar muito sobre o ser humano, você se torna muito exigente, o que acaba te dando clareza sobre o que você quer. Existe o lado negativo, de você achar que não nasceu para se apaixonar, e o lado positivo de quando você encontra a pessoa e tem a certeza que é ela”, conta Marcel Kume.

O Santo Papo tem uma equipe de oito pessoas e boa parte trabalha em São Paulo, mas os vídeos são produzidos por Kume em Maringá. Além da plataforma, ele também tem outros projetos e presta consultoria de marketing digital para youtubers. Porém, a ideia de ajudar nos relacionamentos representa 80% do faturamento. Segundo ele, a renda mensal com o Santo Papo chega a seis dígitos por mês.

Temas polêmicos no Santo Papo

O conteúdo produzido nas plataformas do Santo Papo é voltado apenas para o público masculino, mas algumas mulheres também comentam nos vídeos e pedem orientações pelos comentários. O canal do YouTube, por exemplo, coleciona vídeos sobre temas como “Faça ela querer você”, “Como deixar ela apaixonada”, “3 cantadas que funcionam” e “Homem bonzinho só se ferra”.

O site também tem artigos que orientam os leitores a como puxar assunto no WhatsApp e  até identificar se uma mulher é virgem. Questionado, Marcel Kume diz que não recebe comentários negativos das mulheres por causa dos temas. Ele também afirma que trabalha para que os homens aceitem as decisões das mulheres e compreendam que elas podem dizer não para qualquer tipo de cantada.

“Esses artigos são escritos por mulheres, homossexuais e feministas. Eu brinco que no Santo Papo temos pessoas de diversas tribos, gosto de diversas pessoas para ter conteúdos que não ofendam ninguém. É um conteúdo que nunca tive conflito, até porque minha sócia é minha esposa”, diz Kume.

Redes sociais alteraram os relacionamentos

Os temas abordados no Santo Papo surgem das experiências dos próprios inscritos nos treinamentos da plataforma. Com as redes sociais, o trabalho do coach de relacionamentos também teve que mudar.

“Quando comecei em 2013, esse negócio de Tinder e WhatsApp não era tão popular como hoje. Nos últimos três anos, posso afirmar que a dinâmica de relacionamento mudou como nunca e isso me obrigou a entender esse universo”, disse.

Na visão dele, os aplicativos de relacionamentos contribuem de forma positiva para as relações amorosas. “Te possibilita reconhecer pessoas que talvez você nunca tivesse a possibilidade de conhecer de outra forma”.


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