A liberação da venda de cerveja e chope nos estádios e arenas do Paraná é discutida nos tribunais desde março de 2018, quando o consumo passou a ser proibido por força de liminar do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ/PR).
Cerca de seis meses antes, o consumo havia sido liberado por lei estadual sancionada pelo ex-governador Beto Richa (PSDB) em setembro de 2017.
Agora, representantes de entidades de classe querem uma audiência pública no Tribunal de Justiça para debater, com o presidente do órgão, desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira, alternativas para pautar o recurso.
No encontro, os representantes das entidades pretendem demonstrar que o problema não está na bebida e sim fora, com a impunidade. A ideia é, quem sabe, sensibilizar os desembargadores com argumentos concretos e reverter a decisão de março do ano passado, que suspendeu a atividade comercial no Estado.
O pleito para a audiência com o presidente do TJ-PR une entidades como a Associação das Cervejas Artesanais (Procerva), Sindicato das Empresas de Gastronomia e Entretenimento de Curitiba (SindiAbrabar), Sindicato das Empresas de Eventos do Paraná (Sindiprom) e Federação Paranaense de Futebol (FPF).
“Está provado, com os últimos fatos, que o problema é fora dos estádios, onde o poder público não consegue prevenir e conter as arruaças e as brigas em terminais de ônibus e praças públicas, de ataques combinados previamente pelas redes sociais”, disse o presidente do Sindiabrabar, Fábio Aguayo.
Assim fica fácil transferir, ainda de acordo com Aguayo, a responsabilidade à iniciativa privada. “Que literalmente está sendo privada de comercializar um produto legal que gera muito tributo ao erário e dezenas de empregos nos estabelecimentos dentro dos complexos esportivos”.
As entidades lembram que já existe o projeto da torcida humanizada ou mandos de torcida única nas principais praças esportivas do país.
Na avaliação de Aguayo, a questão pode ser resolvida de maneira fácil com a biometria nos estádios, banindo e aplicando castigos e penas como determina a lei.
“Não a impunidade que hoje atrapalha outros segmentos da sociedade que realmente são os punidos com cerceamento de consumo, comercialização e publicidade que geraria recurso aos clubes, estabelecimentos e a indústria”, defendeu.
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