A Universidade Estadual de Maringá (UEM) vai ser multada de R$ 1 mil a R$ 10 mil por cada uma das 10 árvores cortadas de forma irregular dentro do câmpus. Equipes da Secretaria de Meio Ambiente e Bem-estar Animal (Sema) estiveram nesta quarta-feira (30/1) na instituição para uma vistoria.
Os cortes geraram polêmica entre a comunidade universitária e defensores da causa ambientalista. Um abaixo-assinado foi organizado pela internet com objetivo de denunciar e impedir o corte das árvores. Entre as espécies cortadas está o pau-brasil, árvore símbolo do país e protegida por lei.
Segundo o gerente de Fiscalização Ambiental da Sema, Erival Adorno, o valor das multas deve ser definido até o final da tarde desta quinta-feira (31/1). Ao contrário do que informou a universidade, a autorização e a fiscalização do corte de árvores em áreas urbanas é de responsabilidade da Sema e não do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
“Qualquer cidadão, pessoa jurídica ou órgão público que tem a necessidade de remover alguma árvore deve fazer o pedido à secretaria que irá fazer a análise da solicitação” , explicou o gerente de Fiscalização Ambiental. De acordo com ele, as denúncias do corte de árvores na UEM foram repassadas por WhatsApp até chegarem na Sema.
Para definir o valor da multa, a Secretaria de Meio Ambiente vai fazer uma análise de cada espécie de árvore que foi cortada. O pau-brasil cortado dentro da universidade foi plantado em 1994 para marcar a 30ª turma do curso de Zootecnia da UEM. Segundo Erival Adorno, além da árvore símbolo do país, outras espécies nativas também foram cortadas.
O pau-brasil está na lista do Ministério do Meio Ambiente que reúne 7.880 espécies de árvores ameaçadas de extinção no país. Monopólio da colônia portuguesa na época do Brasil colonial, a árvore tem um extrato interno que produz uma tinta vermelha. Por ter madeira de alta qualidade, foi muito usada na fabricação de instrumentos musicais.
UEM vai investigar o caso
A vice-presidente do Comitê Gestor Ambiental da UEM, Elenice Tavares Abreu, informou que será montada uma comissão interna para investigar o caso. Os resultados dos trabalhos da comissão devem ser entregues a reitoria que irá aplicar as penalidades que achar necessárias.
Por enquanto, o corte de árvores na universidade é um mistério, ninguém sabe explicar de onde saiu a ordem e quem executou o corte. Em nota, a instituição afirmou apenas que os cortes ocorreram sem o consentimento da Prefeitura do Câmpus (PCU), órgão responsável por esse tipo de serviço.
Elenice Abreu classificou o fato como um “ato isolado” e disse que a reitoria vai provar que não tem nenhuma ligação com os cortes das árvores. “Fomos pegos de surpresa e também estamos indignados. A gente está apurando porque somos os mais interessados nisso”, disse.
De acordo com a vice-presidente do Comitê Gestor Ambiental da UEM, a instituição vai replantar espécies iguais no mesmo local em que árvores que foram cortadas. Mesmo com o replantio das espécies, Elenice Abreu afirmou que não será possível reverter o impacto ambiental causado.
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