Um menino de 13 anos foi amarrado e agredido covardemente por outros estudantes mais velhos no Colégio Estadual Tancredo de Almeida Neves. A ação foi registrada pelos agressores em vídeos de celular. As imagens chegaram a ser compartilhadas em redes sociais. O primeiro vídeo mostra o jovem amarrado a um portão com uma corda. Na gravação, é possível ouvir um rapaz perguntando “como está a vida de famoso?”
No outro vídeo, gravado do lado de fora do colégio, o agressor aparece segurando a vítima pelo pescoço e batendo a cabeça do menino contra o fundo de um ponto de ônibus. As gravações foram repassadas ao Maringá Post pela mãe do jovem que foi agredido. As cenas foram gravadas na sexta-feira (7/12) e um boletim de ocorrência foi registrado na terça (11/12).
A mãe contou que soube da história por meio de um amigo do filho. O estudante notou a ausência do menino na escola e resolveu procurar por ele.
“Meu filho não estava bem, ficou abatido e não quis ir à escola porque sentia dores de cabeça fortes. Quando o colega apareceu procurando por ele que fui saber da agressão. Ele não me contou porque teve medo. Além da violência, os agressores ameaçaram meu menino de morte”, relata Vanusa Maria de Jesus.
https://www.youtube.com/watch?v=v3J9CSwt5Xg
Segundo a mãe, os agressores são mais velhos e estudam no mesmo colégio. Quatro foram denunciados à Polícia Civil pelas agressões. Vanusa disse que o problema começou porque o filho gosta de cantar e compõe músicas.
“Ele sempre cantou e as músicas que faz têm chamado a atenção de outros colegas que gravam esses momentos e postam nas redes sociais. Os rapazes se incomodaram com a atenção que meu filho vinha recebendo”, acredita.
No boletim de ocorrência, ela chegou a registrar que procurou a direção do Colégio e foi informada de que o mesmo aluno responsável pela agressão teria colocado fogo na porta de um banheiro.
Revoltada e triste com a situação, Vanusa revela que assistiu aos vídeos várias vezes e que não consegue superar a indignação. Ela conta que essa não foi a primeira agressão sofrida pelo filho dentro da instituição de ensino. “No ano passado, ele levou um forte golpe com uma garrafa de metal na cabeça e precisou até ficar internado”, lembra.
O Conselho Tutelar registrou o caso no dia 6/05 de 2017. Na época o garoto tinha 11 anos e foi encaminhado para receber acompanhamento psicológico do Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas). Segundo o Conselho, o colégio, à época, optou por trocar o menino de horário, saindo do turno da tarde para a manhã. A mãe revela que a mudança não foi suficiente para resolver o problema.
O novo caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar e será investigado pela Polícia Civil. A direção do Colégio Estadual Tancredo Neves só teve conhecimento sobre as agressões após denúncia feita pela mãe do menino. Os estudantes agressores foram chamados à escola, junto com os pais, e a situação encaminhada para a Promotoria da Vara da Infância e da Juventude. A expectativa da família é que a história tenha desdobramentos em 2019.
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