Campeão do parabadminton em Maringá precisa de prótese esportiva e amigos promovem vaquinha virtual para ajudar. Paratleta sonha com Tóquio 2020

  • A dedicação ao esporte pode sensibilizar pessoas a contribuírem com uma “vaquinha” virtual para arrecadar R$ 38 mil? Integrantes da Associação Maringaense de Badminton e Parabadminton e da Atlética XI de Setembro da UEM acreditam que sim. Eles se uniram para conseguir uma prótese adequada para o paratleta Adriano Correia Gonçalves do Santos que há nove anos perdeu parte da perna direita em um acidente de moto.

    Adriano tem 34 anos e logo após o acidente encarou uma depressão que durou dois anos. Na época, ele morava em Curitiba. “A vida toda fui muito apaixonado por esporte. Sempre joguei futebol e quando me vi sem poder praticar foi muito difícil”, relembra. O desânimo só começou a ser vencido quando ele decidiu aproveitar uma bicicleta antiga que tinha em casa para praticar um pouco de ciclismo.

    Durante a prática, acabou conhecendo uma equipe de ciclismo da capital e foi presenteado pelo técnico com uma bicicleta nova e adequada. Passou então a fazer parte da equipe pela qual disputou cinco campeonatos e venceu todos. O amor pelo esporte voltou com tudo e Adriano não parou mais.

    Do ciclismo, ele ainda partiu para basquete, handebol, vôlei sentado, tênis de cadeira de rodas e por último o badminton. Em todos esses esportes adaptados ele foi campeão ou recebeu premiações de atleta destaque. Foi trazido a Maringá para jogar basquete e – competitivo – há um ano escolheu o parabadminton por ser um esporte individual. “Agora os resultados dependem só de mim”, ressalta.

    E no que depender de Adriano essa história vai longe. O maior obstáculo que ele enfrenta é justamente a prótese na perna. Ele conta que além de ser uma peça inadequada para os esportes, criada apenas para uso no dia a dia, a prótese está quebrada e machuca o paratleta. Mesmo assim, em um ano de parabadminton Adriano já mostrou a que veio; das sete vezes em que subiu ao pódio, quatro foram em primeiro lugar.

    Entre as principais conquistas no esporte em 2018, ele foi campeão dos Parajap’s, os Jogos Abertos do Paraná, e ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Parabadminton. O amigo e incentivador Bruno Cerine admira a capacidade de superação do paratleta. “Se o Adriano faz tudo isso sem uma prótese ideal e machucado, imagina do que ele será capaz com o equipamento correto”, diz.

    Vendo toda essa dedicação, Cerine – que também é secretário da Associação Maringaense de Badminton e professor do esporte – pensou em fazer uma campanha de arrecadação  virtual e resolveu pedir a ajuda da colega de trabalho Geovana Martins Juliano. “Precisamos de R$ 38 mil e estou muito empolgado. Se não conseguirmos tudo, acredito que vamos chegar bem perto, o que vai fazer toda a diferença.”

    A ajuda de Geovana tem sido essencial porque ela faz parte da atlética XI de Setembro, que reúne acadêmicos de Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Secretaria Executivo Trilíngue da UEM. “Estamos buscando principalmente o apoio de outras atléticas, em todo o País. Já temos respostas positivas de grupos de Brasília, Londrina e até de Recife”, diz.

    A animação dos amigos tem a ver com a dedicação que Adriano coloca em cada esporte que pratica. Agora, ele diz que vai permanecer no parabadminton e já está até incentivando os filhos a praticarem o esporte. Dos cinco que tem, dois já competem. O objetivo do paratleta é estar em Tóquio, em 2020. “Meu grande sonho é chegar às Paralímpíadas e fazer história com o badminton.” Alguém duvida?

    Como colaborar com o campeão do parabadminton

    A campanha virtual para arrecadar os R$ 38 mil necessários para a prótese está disponível no site “vakinha.com” desde o dia 11/12. Em dez dias foram arrecadados R$ 1.580, o que representa 4,16% da meta. A campanha estará disponível no site até 15/03 de 2019. Clique aqui para doar.

     

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