O ex-vereador de Maringá João Batista da Silva (PTB) foi preso nesta quinta (14/12) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate do Crime Organizado (Gaeco). As informações obtidas junto a assessoria de imprensa do Ministério Público é que a prisão em flagrante ocorreu na manhã desta quinta-feira (13/12).
Da Silva é policial militar da reserva e junto com ele também foi preso o cabo reservista Cláudio Aparecido dos Santos. O que levou o delegado do Gaeco, Elmano Rodrigues Ciriaco, a dar voz de prisão ao ex-vereador e mais dois companheiros foi suspeita de coação e extorsão a um dono de açougue, em razão de uma dívida, que eles estariam cobrando.
O Gaeco já vinha monitorando a ação dos dois policiais, que segundo denúncias que chegaram ao delegado faziam cobranças de dívidas de forma criminosa para um agiota da cidade. Um terceiro homem, este civil, estava com a dupla de cabos reservistas. Os dois portavam armas legalizadas e foram levados para o 4º Batalhão da PM.
O outro homem que estava com eles foi conduzido à 9ª Subdivisão Policial. As investigações apuram a conduta dos policiais e associação para a prática de crimes. Da Silva foi vereador na 15ª legislatura da Câmara de Maringá, de 2013 a 2016, e tentou a reeleição pelo PTB. Fez 1.852 votos e não foi eleito.
O Maringá Post não conseguiu contato com o advogado de Da Silva, Ronis José Silva, mas em entrevista para o G1 ele disse que a prisão pode ser uma “armação política” e que “quem conhece o Silva sabe quem ele é, as pessoas gostam dele. Isso cheira mal. Tem alguém que quer prejudicar ele politicamente”.
Em nota distribuída à imprensa no final da tarde desta sexta-feira (14/12), o Ministério Público informou que “os policiais, aproveitando-se da condição de militares da reserva, subtraíram, de forma arbitrária, máquinas, utensílios e uma motocicleta de um estabelecimento comercial em Maringá, a fim de constranger seu proprietário a saldar dívida pendente com um fornecedor”, diz a nota.
O MP também informou que “após registrar boletim de ocorrência sobre os fatos, a vítima ainda teria sido pressionada por parte dos cobradores para que fossem retiradas as acusações formalmente. A prisão aconteceu quando o trio foi novamente ao estabelecimento onde a transação ocorreu”.
Os crimes investigados são “coação no curso do processo, associação criminosa, prática do exercício arbitrário das próprias razões e eventual extorsão”. Um dos militares da reserva ainda portava ilegalmente munições clandestinas, sendo autuado em flagrante por posse ilegal de munição de uso restrito.
- Primeira atualização feita às 16h desta sexta-feira (14/12), com a inclusão da fala do advogado de Da Silva. E houve uma segunda atualização às 17h05, com mais informações divulgadas pelo Ministério Público em nota encaminhada à imprensa.
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