Desde 2009, o Bosque das Grevíleas vem ganhando árvores de outras espécies. As gigantes que dão ao bosque estão morrendo e, os poucos, plantas frutíferas e aromáticas vão crescendo entre as antigas ocupantes do espaço.
Cada vez que uma grevílea cai, uma nova árvore é plantada em seu lugar. O que direciona a escolha das plantas é a ideia de transformar o local em um bosque sensorial, como explica Ana Domingues, coordenadora da ONG Funverde e responsável pelo projeto:
“Um bosque sensorial estimula os cinco sentidos: as belas plantas como os ipês-rosa encantam a visão, os cheiros do pau d’alho e das ervas aromáticas estimulam o olfato, os sons de sementes caindo ou se quebrando são captados pela audição e as texturas lisas ou rugosas dos caules despertam o tato enquanto o paladar se delicia com as frutas variadas”.
A morte das grevíleas começou no início dos anos 2000. Estão velhas, pois foram plantadas em 1964, pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. O ciclo natural de vida dessas plantas é de 40 a 50 anos.
A substituição das árvores só ocorre quando elas morrem de fato. Uma nova planta é colocada no exato local onde havia uma grevílea, sempre mantendo uma distância de 1,80 m entre uma e outra planta.
O projeto desenvolvido pela Funverde começou em 2009 e até agora garantiu o plantio de mais de 1,5 mil árvores de pelo menos 100 espécies e variedades. “Estão sendo plantadas árvores frutíferas de várias partes do mundo, que correspondem a 90% de tudo o que já foi plantado. Os outros 10% são de árvores nativas que correm o risco de extinção”, explica Ana.
A intenção é manter grevíleas no bosque. Por isso elas estão sendo replantadas em uma linha ao redor do terreno. O nome deve ser Bosque Sensorial das Grevíleas.
Para a execução do projeto, a Prefeitura de Maringá autorizou o uso do terreno para os plantios e faz a roçada do mato que cresce em volta. A concessionária Viapar faz a doação de mudas e o plantio e a manutenção são feitos por membros da ONG e voluntários.
Por causa do projeto, o bosque hoje já oferece aos visitantes frutas como carambola, manga, jaca, acerola, seriguela, limão, pêssego e goiaba.
“O local é ótimo para um piquenique. Só pedimos que as pessoas consumam as frutas no bosque mesmo. Quem enche um balde para levar para casa está tirando a oportunidade de outras pessoas desfrutarem do que a natureza oferece”, observa.
Ana conta que com as novas árvores, o bosque vem recebendo novos visitantes. Antes, quando as grevíleas eram as únicas, apenas pica-paus apareciam. Hoje, o espaço recebe pássaros de todos os tipos que se alimentam e constroem ninhos.
O projeto não tem uma data para ser concluído e segue o tempo da natureza. Mesmo assim, Ana acredita que no máximo em dez anos, todas as antigas grevíleas já terão sido substituídas.
A intenção é fazer do Bosque Sensorial das Grevíleas, o maior pomar urbano público do País, com cerca de 3.500 árvores de várias espécies em uma área de 4.500 m². “Não há nada assim em outro lugar e inclusive queremos espalhar a ideia”, conclui.
Serviço: Quer participar?
O projeto Bosque Sensorial das Grevíleas precisa de mais voluntários. Quem participa ajuda no plantio, nas podas e nas regas em tempo de estiagem. As mudas são plantadas com no mínimo um metro e meio de altura, mesmo assim precisam de cuidados segundo Ana.
A ONG Funverde foi criada em Maringá em 1999. Quem quiser ser voluntário pode entrar em contato com a instituição pelo telefone (44) 99945-1133 ou pelo e-mail [email protected]. O grupo se reúne todos os sábado, das 15h às 17h, no Bosque da Grevíleas.
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