Hospital Universitário tem déficit de 36 médicos, diz reitor da UEM ao falar sobre pacientes aguardarem por atendimento em ambulâncias

  • O problema de falta de pessoal no Hospital Universitário de Maringá (HUM) é crônico e na noite de sexta-feira (16/11), após o feriado da Proclamação da República, mais uma vez veio à tona quando quatro ambulâncias ficaram por cerca de duas horas impedidas de deixar e retirar pacientes na unidade.

    Boa parte da manhã desta segunda-feira (19/11), o reitor Júlio Damasceno, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), instituição da qual o HUM faz parte, passou dando explicações sobre o episódio de sexta-feira, que gerou  Boletim de Ocorrência policial e ganhou espaço no noticiário local.

    A confusão no Pronto Atendimento (PA) se deu pela falta de médico cirurgião no plantão daquela noite e só foi resolvida quando o superintendente da HUM, Vicente Kira, que é urologista, foi ao hospital e assumiu o atendimento às três vítimas de um acidente entre duas motos que estavam em ambulâncias.

    O reitor disse que o HUM vem “tentando equacionar o déficit de 36 médicos, sendo oito cirurgiões, por meio de credenciamento de profissionais para prestação de serviços, mas nesse tipo de contrato as condições de trabalho são diferentes e não é possível obrigar um credenciado fazer plantão”.

    Os credenciados são contratados por 20 h ou 40 h semanais e são pagos com recursos gerados pela própria universidade. “São investidos R$ 900 mil por mês em credenciados do Hospital Universitário, que poderiam estar sendo usados na compra de medicamentos, por exemplo”, disse Damasceno.

    O reitor observou que apesar dos três pacientes na sexta-feira ficarem mais tempo do que o normal dentro das ambulâncias, “todos foram atendidos”. Acrescentou que “o Pronto Atendimento atendeu e cuidou de 176 pacientes naquele plantão”. Pela unidade passam 4,8 mil pacientes por mês.

    Apesar do credenciamento de profissionais de saúde, Damasceno disse que há dificuldades para encontrar cirurgiões dispostos a trabalhar no HUM. “Enfrentamos a concorrência dos hospitais particulares, que financeiramente são mais atrativos para os médicos”, afirmou o reitor.

    A solução para recompor o quadro de pessoal do HUM passa por medidas a curto, médio e longo prazos. De imediato, Damasceno defende a contratação de 40 profissionais aprovados e nomeados em concurso público realizado em 2014 e destinação de recursos estaduais para novos credenciamentos.

    Mas as soluções definitivas, segundo Damasceno, “só ocorrerão a médio e longo prazo, pois passam pela realização de concursos públicos, para repor o pessoal que se aposentou, por exemplo”. No entanto, a contratação dos 40 concursados, entre os quais existem alguns médicos, não será tão simples.

    “Há uma divergência entre a UEM e o governo do Estado em relação ao concurso de 2014. Nosso jurídico entende que, pelo fato dos aprovados terem sido nomeados, eles podem ser contratados mesmo após o prazo de validade do concurso ter vencido. O governo não tem esse entendimento”, disse.

    Questionado se o feriado às vésperas do final de semana prejudicou a escala de plantão no PA, Damasceno disse que “não me chegou nada sobre isso”. Na manhã desta segunda, ele concedeu coletiva à imprensa na Reitoria, atendeu jornalistas por telefone e falou na rádio FM da Universidade.

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