Maconha pode ser considerada remédio? Evento no mês de dezembro em Maringá discute o uso terapêutico da planta

  • Será que a maconha pode ser usada como remédio? Esse é o tema do evento que será realizado em Maringá no dia 1º de dezembro, a partir das 14h, no campus da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR). O objetivo é discutir o uso terapêutico da cannabis.

    Organizado pelo Coletivo Antiproibicionista de Maringá e a Coronel Cannabis, a primeira loja física da cidade que comercializa produtos que costumam ser usados no consumo da maconha, o evento terá a presença de palestrantes das áreas médica, química e jurídica.

    Além de abordarem sobre o uso medicinal da maconha, os palestrantes irão falar sobre os processos químicos de extração do óleo da planta e os aspectos jurídicos para que portadores de determinadas doenças consigam a liberação judicial para usar remédios produzidos com planta.

    O evento é gratuito e aberto ao público, porém, o auditório onde ocorrerão as discussões tem capacidade para 130 pessoas. Por isso, a organização do evento reservou algumas vagas para pessoas com Alzheimer, glaucoma, esclerose múltipla, epilepsia, náuseas, Parkinson, autismo, entre outras doenças que podem ser tratadas com uso da maconha.

    Para as outras pessoas que desejam participar do evento, é necessário preencher o formulário online.

    A expectativa da organização é que o número de participantes atinja a capacidade máxima do auditório. Para um dos membros do Coletivo Antiproibicionista de Maringá, Guilherme Theobaldo Ragioto, é importante discutir o tema, principalmente, por Maringá ser um cidade que concentra um polo médico.

    “Além da discussão sobre a cannabis, que é um ponto polêmico, o objetivo de trazer esse evento é para que as pessoas que precisam disso, como quem tem Parkinson, epilepsia, possam ter informações sobre tratamentos com efeitos menos adversos usando o CBD [canabidiol]”, disse.

    Na visão dele, outro fator importante é discutir os aspectos jurídicos, principalmente para quem deseja utilizar a substância para fins terapêuticos.

    De acordo com Ragioto, por causa da burocracia, algumas pessoas acabam utilizando o canabidiol de forma ilegal. “Essa pauta, por mais polêmica que possa parecer, deve ser discutida. Por mais que não esteja ao alcance da realidade de algumas pessoas, existem outras que estão precisando disso”.

    Em agosto deste ano, o Coletivo Antiproibicionista de Maringá organizou a primeira Marcha da Maconha na cidade. O evento encerrou um ciclo de palestras e debates sobre a atual políticas de drogas do Brasil e tratou de aspectos relacionados ao uso medicinal da cannabis. Na ocasião, mães e pais que têm filhos com autismo e outros transtornos debateram o tema.

    Confira a programação do evento

    A primeira palestra do dia será sobre o uso terapêutico da maconha com o médico Paulo Fleury Teixeira. Ele é mestre e doutor em Filosofia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), médico especialista em Medicina Preventiva e Social pelo hospital das clínicas da UFMG e pesquisador nas áreas e epidemiologia, saúde pública e sociedade. No final da palestra, o médico também irá responder dúvidas sobre o uso terapêutico da planta.

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