O diretor-geral de O Diário do Norte do Paraná, Josué Tadashi Endo, faleceu por volta das 3 horas desta segunda-feira (12/11) aos 67 anos, depois de lutar por mais de um ano contra um câncer, descoberto em fase avançada. Josué trabalhava no O Diário do Norte do Paraná desde 1977.
Apesar da sua discrição, era sócio e o principal executivo do jornal. Costuma chegar na empresa por volta do meio dia e não saia do prédio da Avenida Mauá antes das 23 horas. Dizia que à noite, depois do horário comercial, era o melhor horário para se trabalhar. “É mais tranquilo”, dizia.
Coincidentemente, foi trabalhando à noite, depois do expediente comercial em um escritório de contabilidade, que Josué começou no jornal, em 1977, a convite de Franklin Vieira da Silva, que havia acabado de comprar 25% de O Diário, onde era colunista social desde 1974.
“Eu tinha um escritório de advocacia na Rua Santos Dumont e o Josué trabalhava no Escritório Guimarães, que ficava na frente. Eu o convidei e ele aceitou, mas só ia para o jornal depois que saia do escritório. Começou assim e acabou tomando conta de tudo, por ser de extrema confiança”, contou.
Era de origem oriental e quem conviveu com Josué atesta sua serenidade e seriedade nos negócios. “Ele era detalhista, minucioso como um relógio suíço, e muito zen. Eu chamava ele de Gafanhoto”, diz Franklin, em referência ao protagonista da série Kung Fu interpretado por David Carradine.
A sala de Josué era o único lugar do jornal onde se podia fumar, vício que abandonou ao completar 60 anos. De hábitos simples, ao deixar o jornal, o palmeirense costumava passar pelo Cine Bar ou o Escritório Bar, ambos na Avenida Brasil e próximos ao Diário, para uma cerveja antes de se recolher.
No início da crise financeira do segundo maior jornal do Paraná, há cerca de três anos, Josué dizia que “a tormenta vai passar” e que o jornal havia superado situações semelhantes anteriormente. Uma dessas crises foi no final da década de 1970 e outra em meados da década seguinte.
Apenas na fase terminal Josué deixou de trabalhar. Ele se tornou sócio de Franklin Silva e Rosey Rachel Vieira da Silva, majoritários do jornal, no início da década de 1990, com 5% da empresa. Também tinha sido sócio da Rádio Cultura AM, que fazia parte do Grupo O Diário e foi vendida.
Josué Tadashi Endo, que costumava ser procurado por funcionários de todos os departamentos do jornal para pedir conselhos, devido à sua personalidade acolhedora e capacidade de ouvir as pessoas demonstrando interesse, deixa três filhos, dois dos quais advogados, e um empresário.
O corpo está sendo velado na capela do Prever, em frente ao Cemitério Municipal de Maringá, onde permanecerá até as 6 horas desta terça-feira (13/11). Depois será levado para Astorga, onde reside familiares, para ser velado na capela do Prever local até o sepultamento, às 10 horas.
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