Motoristas de aplicativos protestam contra multas recebidas no aeroporto e rodoviária. De outro lado, taxistas vão à Semob e pedem mais fiscalização

  • Taxistas e motoristas de aplicativos realizaram protestos na manhã desta quinta-feira (8/11) em frente à secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) de Maringá, na Avenida Colombo.

    Inicialmente, a mobilização foi organizada por um grupo de motoristas de aplicativos que não concordavam com as multas que estariam recebendo de agentes de trânsito por estacionarem no Aeroporto Regional de Maringá e no Terminal Rodoviário.

    Na manhã desta quinta-feira, os taxistas foram informados do protesto e resolveram se organizar de forma independente e se manifestarem contra o movimento organizado pelos motoristas de aplicativos.

    “Nós não somos contra [os motoristas de aplicativo], mas não somos a favor de como está. Queremos que as regras sejam iguais. Da mesma forma que somos cobrados e exigidos que os carros estejam em dia, eles também devem ser”, afirmou Maycon Toretto, taxista há 16 anos na cidade.

    Segundo Toretto, mesmo com a legislação que estabelece regras para os motoristas de aplicativos, a fiscalização é branda: “A única coisa que a gente está pedindo é que se cumpra o decreto municipal sancionado há 15 meses e também o decreto federal. Temos todo o respaldo da lei, mas até agora nada foi feito”.

    De acordo com a motorista de aplicativo Marlene Abreu, a categoria pretendia conversar nesta quinta-feira com o secretário Semob Gilberto Purpur sobre as multas que os motoristas recebem por estarem estacionando na rodoviária e no aeroporto.

    “Nós não iríamos fazer baderna, a gente veio em 10 motoristas, mas quando chegamos aqui de manhã nos deparamos com toda a frota de taxistas”, disse Marlene.

    Segundo ela, os agentes da Semob estariam impedindo os motoristas de aplicativos de estacionarem nos dois locais. Sobre a falta de fiscalização, ela afirmou que a categoria não é informada sobre as normas de regulamentação e que o acordo é feito com a empresa responsável.

    “Se a partir de hoje falar que temos que pagar imposto, a gente vai pagar, mas ninguém falou isso pra gente. Ninguém convocou a gente para ir na Semob fazer vistoria”, afirmou Marlene, que trabalha há mais de um ano como motorista de aplicativos em Maringá.

    Empresas não fornecem relação de motoristas

    Gilberto Purpur explicou que a Semob fiscaliza os motoristas de aplicativos com base no Código Brasileiro de Trânsito. Segundo ele, o principal problema é que a categoria estaciona além do tempo permitido no aeroporto e na rodoviária, que é de 15 minutos. Além disso, alguns fazem viagens sem utilizar o aplicativo, o que é ilegal.

    O secretário também informou que a Polícia Civil e o Ministério Público investigam uma ameaça feita a um agente da Semob no estacionamento do aeroporto. Ele disse que a polícia ainda não terminou as investigações, mas “ao que parece a ameça foi feita por um motorista de aplicativo”.

    Purpur afirmou que além das duas categorias, a Câmara de Maringá também questiona a secretaria sobre a fiscalização dos motoristas. A principal dificuldade, segundo ele, é reunir dados sobre os motoristas.

    “A gente tem tentado contato com a matriz do Uber e com os outros aplicativos, para que eles nos forneçam a relação dos carros para que a gente faça um cadastramento desses veículos”, afirmou o secretário.

    De acordo com Purpur, nenhuma das empresas respondeu as solicitações da Semob. O secretário afirmou que não descarta a possibilidade de entrar com ação judicial para que os aplicativos disponibilizem as informações. “Hoje, a gente não sabe o que é Uber e o que não é”, disse.

    O secretário recebeu os taxistas na manhã desta quinta-feira, mas disse que os motoristas de aplicativos não entraram em contato com a secretaria para marcar a reunião. Na próxima semana, um grupo de motoristas de aplicativos deve se reunir com o secretário de Mobilidade Urbana para resolver o impasse.

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