As demissões de dois professores e duas professoras de Enfermagem da Uningá mexeram com os brios acadêmicos dos estudantes do curso, sobretudo das turmas do último e penúltimo anos. Na noite de terça-feira (17), um grupo de cerca 50 estudantes, a maioria garotas vestidas de preto, fez muito barulho em ato de protesto à porta e dentro da instituição.
A bronca dos estudantes se dá pelo momento das demissões, no meio do período letivo, quando os formandos estão a 20 dias do prazo de entrega do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), e pela qualidade dos professores. A direção da instituição, às margens da PR-317, disse à turma que se trata de uma “reformulação do quadro docente”.
Com cartazes, apitos, nariz de palhaço e outros apetrechos, os manifestantes chegaram pouco antes do início das aulas, às 19h. Inicialmente, pararam seus veículos próximos ao totem com a marca da Uningá e passaram a fazer barulho, enquanto filas de carros, vans e ônibus entravam no campus. As buzinas de apoio elevavam os decibéis dos manifestantes.
Quando o número de estudantes aumentou, por volta das 20h, o grupo de cerca de 50 jovens entrou na Uningá e passou a percorrer os corredores da instituição repetindo palavras de ordens que sintetizam os motivos do protesto, como: “Não, não, não à demissão”. O curso de Enfermagem tem 120 alunos.
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Os professores, que estão cumprindo aviso prévio até o dia 2 de agosto, trabalham com disciplinas “extremamente importantes para a formação profissional”. A professora Lilian Gatto, por exemplo, atua no Centro Cirúrgico e ensina técnicas práticas. Já o professor Willian Oliveira tem como ambiente de aulas a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Também estão de aviso prévio o professor Adilson Correia, que dá aulas teóricas e práticas de Administração Hospitalar, e a professora Josyara Pendlosk, que trabalha com “Habilidades” e estágio de “Saúde Mental”. Algumas formandas têm como orientadores do TCC esses professores. Os substitutos ainda não foram contratados.
“Pedimos para mudar os professores no fim do período letivo. Mudanças no meio do semestre significam tempo perdido com adaptação, sem contar a excelente qualidade dos professores que estão sendo demitidos. Estamos tentando negociar enquanto eles ainda estão cumprindo aviso prévio”, disse a quartanista Silvana Mazur.
A aluna do terceiro ano, Beatriz Stempniak, reconheceu que a Uningá, por ser uma instituição particular, “tem o direito de demitir funcionários, mas no meio do período letivo estamos sendo prejudicadas na qualidade do ensino” e lembrou que a faculdade “é paga e o preço não é barato”.
Procurada na manhã desta quarta-feira (18/7), a assessoria de imprensa da Uningá informou que “a direção não vai se manifestar sobre esse assunto”.
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