Pelas redes sociais, grupo organiza marcha da maconha em Maringá com uma semana de debates sobre o tema

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Um movimento chamado “Marcha da Maconha Maringá 2018” ganhou espaço nas redes sociais. O grupo intitulado como Associação Antiproibicionista de Maringá, organiza a “Primeira Semana Antiproibicionista” da cidade com debates sobre a atual política de drogas brasileira.

Organizado pelo Facebook, 328 pessoas confirmaram presença no evento. De acordo com a publicação, a semana começaria no dia 20 de agosto, com a exibição de um documentário sobre as origens do proibicionismo. Para encerrar as discussões, está marcada no sábado 25 agosto, na Praça Deputado Renato Celidônio, a “Marcha da Maconha Maringá 2018”.

Na página, a associação diz ser formada “por estudantes e trabalhadores”. A ideia do grupo é popularizar o tema e “levar ao município informações relativas aos problemas sociais gerados pela atual lei de drogas”.

Em postagens no Facebook, a associação critica a lei antidrogas do Brasil. Para o grupo, a atual legislação serve para criminalizar os negros e pobres.“Os dados mostram que essa lei nunca atingiu o seu objetivo, pelo contrário, o uso e o tráfico de drogas aumentaram progressivamente ao longo dos anos.”

Para conseguir recursos, o grupo também começou vaquinha virtual e vende adesivos e rifas. O objetivo é arrecadar R$ 2 mil para ajudar na organização do ato.

Procurado, o secretário municipal de Segurança Pública, tenente-coronel Antônio Padilha, informou nesta sexta-feira (6/7) que não tinha conhecimento sobre a realização de uma marcha da maconha em Maringá e que preferia não se manifestar sobre o assunto.

Porém, Padilha diz que, dentro do princípio da legalidade, entende que a marcha não é legal. “A maconha não é uma atividade lícita. Falando como Poder Público, não podemos concordar.”

De acordo com um dos organizadores da Marcha da Maconha Maringá, Lucas Fernando de Melo Lima, os ofícios para a realização do ato serão encaminhados nesta semana para os órgãos responsáveis pela autorização de manifestações na cidade.

Ele afirma que a Marcha da Maconha não é uma apologia ao uso da droga e foi considerada um movimento social pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2011.

“A gente defende que o uso recreativo seja regulamentado, porém, durante a marcha a gente não vai estar estimulando o uso. Mas não tem como a gente fiscalizar cada um. A gente vai tentar fazer falas lá na hora para eles saberem que correm o risco de que se alguém começar a usar droga, a polícia pode levar a pessoa”, diz Lucas Lima.

Confira a programação descrita no Facebook: 

  • Segunda-feira 20/8 – Abertura com documentário completo e as origens do proibicionismo e a antiga relação dos homens com as substâncias psicoativas. Palestrante: Professor Mestre Jorge Henrique Lopes
  • Terça -feira 21/8 – Tema:Encarceramento negro e feminino
  • Quarta-feira 22/8 – Tema: A inconstitucionalidade da Lei de Drogas e suas consequências. Palestrante: Juiz Fábio Bergamin Capela
  • Quinta-feira 23/8 – O poder terapêuticos das drogas ilícitas
  • Sexta-feira 24/8 – Uso e abuso de drogas/Redução de Danos
  • Sábado 25/8 – Encerramento com a Marcha da Maconha Maringá 2018

 

  • A reportagem foi atualizada na segunda-feira (9/7) às 13h com as informações de Lucas Fernando de Melo Lima, um dos organizadores da Marcha da Maconha.

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