CVV de Maringá ainda não atende pelo 188, mas qualquer pessoa da cidade que precisar de ajuda pode ligar de graça que será atendida em alguma central do país

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Desde o dia 1º de julho, ligações que ajudam na prevenção de suicídio tornaram-se gratuitas em todo o Brasil. Basta discar 188 de qualquer aparelho, fixo ou celular, de qualquer lugar do país que um voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV) vai atender. A iniciativa só foi possível graças a uma parceria com o ministério da Saúde.

Embora o CVV local ainda não atenda pelo novo número, as ligações feitas para o 188 a partir de Maringá serão atendidas por voluntários de outras cidades, sem nenhum custo. O CVV Maringá ainda não concluiu a instalação dos equipamentos de internet necessários para o atendimento via 188.

Vanessa Souza Santos, voluntária há quase dois anos no CVV Maringá, explicou que em pouco tempo os voluntários locais também atenderão pelo sistema único. A Central do CVV Maringá tem até 90 dias para se adequar ao novo número. Toda ajuda de terceiros é bem-vinda, já que o Centro funciona com voluntariado.

“Aqui em Maringá a gente continua atendo ligações das 14h às 2h. A maioria dos outros plantões é 24 horas, então tem sempre alguém para atender. Qualquer horário que a pessoa ligar vai ter alguém para atender, não necessariamente voluntários de Maringá vão atender”, explica a voluntária.

Na cidade são cerca de 20 voluntários que se revezam nos turnos de atendimento. Para eles, não existe feriado, domingo ou jogo de Copa do Mundo. Mesmo se o plantão cair em algumas dessas datas, o compromisso de ajudar quem está do outro lado da linha será cumprido.

Funcionado desde 1962, o CVV iniciou as atividades em Maringá em 2016. Agora, com o novo número, a expectativa é que os atendimentos aumentem: “A gente vai conseguir atender regiões inteiras que não eram abrangidas. Como nosso posto não funcionava 24 horas, o pessoal de Maringá não tinha com quem falar. Agora, o 188 funciona 24 horas.”

O CVV procura atender qualquer pessoa que esteja passando por alguma dificuldade e funciona como um instrumento de prevenção de suicídio. Neste ano, foram 12 casos de suicídio em Maringá. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados.

Para Vanessa, o atendimento funciona como um “pronto-socorro” para quem não se sente bem e precisa conversar. “O que a gente percebe é que a pessoa que tem algum problema liga. Perde um ente querido, o emprego ou o namorado e liga para conversar. Liga tanto pessoas que querem conversar quanto pessoas que estão pensando efetivamente no suicídio”, afirma.

Além do telefone, o CVV também faz atendimento por e-mail e pelo chat no site. É garantido o anonimato de quem busca atendimento e dos voluntários, e as ligações não podem ser rastreadas.

Vanessa explica que o papel principal do voluntário é escutar. Saber ouvir sem fazer nenhum tipo de julgamento. “A gente acolhe para que a pessoa possa sentir que tem alguém com ela, mas sem interferência. A gente não dá opinião e não se manifesta, para a pessoa poder ter com quem desabafar seus problemas, sabendo que não será julgada.”

Para ser voluntário no CVV é necessário passar por um treinamento de três dias. Depois disso, o voluntário decide se está apto a atender ligações ou se prefere ajudar em outras áreas. Também é possível fazer doações financeiras para manter o trabalho do órgão.

O CVV de Maringá ainda não definiu quando será o próximo treinamento. As informações sobre capacitação e doações estão disponíveis na página do Facebook do CVV Maringá.   


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