O prazo para a conclusão do Plano de Arborização Urbana de Maringá termina em março de 2019, mas a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Bem-Estar Animal (Sema) promete a entrega para o final de 2018.
Para agilizar o processo, que se arrasta há vários anos, a Sema firmou convênio com a Companhia Paranaense de Energia (Copel).
A participação da empresa é considerada estratégica pelo acervo de informações a respeito das árvores em conflito com a rede de energia elétrica e pela posse de parte dos estudos do Censo da Árvore, desenvolvido entre 2004 e 2006.
Os dados foram coletados para a dissertação de mestrado de André Furlaneto, que atuou em parceria com o Instituto da Árvore. À época, foram identificadas as espécies, o estado fitossanitário, o tamanho das plantas, o risco de queda e outras informações.
Segundo a Sema, a Copel ficou com as informações porque ingressou no projeto para auxiliar no georreferenciamento das plantas.
Por meio do convênio, a empresa vai passar a base de dados para a prefeitura, o que é considerado fundamental para o gerenciamento das podas e o manejo da arborização urbana.
“Esses dados são super importantes para fazer um diagnóstico da arborização. Vamos ter informações sobre espécies mais frequentes, os principais locais de poda de árvores e aquelas que devem ser suprimidas. Tudo isso é informação para um manejo mais eficiente da arborização da cidade”, explica o engenheiro florestal Maurício Sampaio.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Ederlei Ribeiro Alkamim, o plano está 50% finalizado. Ele justifica que o prazo precisou ser prorrogado no começo do ano devido ao alto grau de complexidade.
“No Brasil não há nenhum estudo como este que estamos fazendo. Ele é muito detalhado, completo, diferenciado do que existe hoje em nosso País”, afirma.
Maringá tem 113 espécies e muita sibipiruna
No Censo da Árvore, foram identificadas 113 espécies e cerca de 90 mil árvores. Mais de dez anos depois, a Sema estima que o número de árvores varie de 120 a 130 mil.
A principal espécie de árvore encontrada aqui é a sibipiruna, ela representa mais de 40% do total da arborização.
Ela é considerada interessante porque tem a copa alta e fica acima da rede elétrica, mas é alvo de muita reclamação por derrubar muitas folhas, sujar as calçadas e entupir os bueiros, sem contar os problemas causados nas calhas de residências e empresas. Outra queixa é que no período de floração, o chão fica grudento com os resíduos da espécie.
“Há uma preocupação na quantidade de árvores dessa espécie, porque se acontece de ter uma doença que ataque só essa espécie, a cidade perderia praticamente toda sua arborização. O ideal é que se tenha cerca de 15% da mesma espécie na cidade”, afirma Sampaio.
O engenheiro florestal diz que a prefeitura tem substituído as sibipirunas que já precisam ser suprimidas, por outras espécies nativas da região. A Sema tem optado por plantas que produzem menos resíduos e são atrativas como as aldragos, alecrim de campinas e sapuvas.
Plano integra dados de todos os bairros de Maringá
Segundo a Sema, o objetivo do plano é criar um banco de dados integrado e facilitar o planejamento e execução de plantio, poda e remoção de árvores. O plano é fundamental para definir quais espécies são mais adequadas para cada rua da cidade.
“A ideia é que daqui 30 ou 50 anos Maringá tenha uma arborização muito mais adaptada à cidade e com menor demanda de manutenção”, diz Sampaio.
O Plano de Arborização Urbana de Maringá é uma exigência do Ministério Público, ratificada pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema), que autorizou a ampliação do prazo de conclusão no começo do ano.
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