Janeiro, com 310 mm, já é um dos meses mais chuvosos de Maringá desde 1976: em 22 dias, choveu em 17

  • Um dia chove, outro não. A grosso modo, na média tem sido essa a frequência de chuvas em Maringá desde o dia 1 de outubro de 2017. De 114 dias, somados até a última segunda-feira (22/1/2018), ocorreram chuviscos, chuvas ou temporais em 59 deles.

    Levantamento feito nos registros da Estação Climatológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM) mostra que a maior precipitação pluviométrica ocorreu no dia 2 de janeiro, quando choveu 98,3 mm. Nos 22 primeiros dias deste mês, 17 deles foram molhados.

    Com 310 mm, computados apenas os primeiros 22 dias do mês, janeiro de 2018 já é o sexto mais chuvoso registrado pela Estação Climatológica, que opera desde 1976. Há muito tempo não chove tanto.

    Nos 31 dias de outubro de 2017, choveu em 13 deles, somando 305,2 mm. Só no dia 30, caíram 85,6 mm. Outras datas de muita água no mês foram os dias 2 (46,2 mm), 22 (43,6 mm) e 27 (32,9 mmm).

    Nos 30 dias do mês seguinte, novembro, choveu em 14 – somando 132,9 ml. No dia 4, houve a maior quantidade de chuva, com 43,2 mm. Também teve muita água nos dias 3 (18,4 mm) e 25 (20,3 mm).

    No último mês de 2017, choveu em 15 dias, dos 31. No total, dezembro registrou 210,1 mm de água. O dia 7 teve a maior precipitação: 40,9 ml. Também choveu bem nos dias 5 (26,8mm), 24 ( 25,9 mm), 26 (24,5 mm) e 29 (27,4 mm).

    As quantidades de chuvas em janeiro (310 mm) e outubro (300,5 mm) ultrapassaram em muito as médias histórias de 1976 a 2017, que é de 212,6 mm e 161,0 mm, respectivamente.

    La Niña explica outubro e janeiro chuvosos

    O que explica essa maior quantidade de chuvas, segundo o professor-doutor em Geografia e coordenador da Estação Climatológica da UEM, Leandro Zandonadi, é o fenômeno La Niña, que resfria as águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental.

    Embora o fenômeno atual seja de baixa intensidade, “próximo da normalidade”, é suficiente para alterar o clima no Sul do Brasil. As massas de ar frias tentam entrar no continente e se deparam com as massas de ar quentes.

    “Como essas massas frias não têm força para avançar, elas estacionam sobre a região Sul e criam um sistema frontal, que puxa a umidade da região Amazônica e prolonga o período de chuvas”, explicou Zandonadi.

    O professor lembrou que Maringá fica no Trópico de Capricórnio, “bem na zona de combate das duas massas de ar”. Segundo ele, a tendência daqui para a frente, é voltar à normalidade, com dias mais quentes e pancadas de chuva nos finais de tarde.

    O coordenador da Estação Climatológica da UEM, que integra o sistema com mais de 400 unidades do Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (Inmet), observou que historicamente o mês mais seco de Maringá é agosto e o mais chuvoso é janeiro.

    Veja a média histórica de chuvas, de 1976 a 2017

    • Janeiro – 212,6 mm
    • Fevereiro – 189,4 mm
    • Março – 151,7 mm
    • Abril – 121,7 mm
    • Maio – 128,5 mm
    • Junho – 102,4 mm
    • Julho – 76,2 mm
    • Agosto – 56,5 mm
    • Setembro – 129,2 mm
    • Outubro – 161,0 mm
    • Novembro – 144,2 mm
    • Dezembro – 197, 3 mm

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