Casal acusado de ter dado golpe de R$ 1,3 milhão em Maringá em 2012 é preso no Rio de Janeiro. A prisão, por crime de estelionato, ocorreu na madrugada de sexta-feira (19/1). Um terceiro suspeito, ex-policial militar, também responde ao mesmo processo em liberdade.
A denúncia do Ministério Público indica a prática de “estelionato com habitualidade criminosa”, sendo que ao menos quatro vítimas sofreram um prejuízo de quase R$ 1,3 milhão. Se condenados, a pena pode chegar até 20 anos de prisão e pagamento de multa.
Os crimes foram praticados em 2012, quando os três acusados se apresentavam como proprietária, representante comercial e mestre de obras da empresa Ecosteel Construção, e recebiam parte do pagamento antecipada e faziam dívidas na compra de materiais para a obra em nome da vítima.
Há o registro também de uma das vítimas ter prestado serviços mediante a promessa de pagamento ao final da obra, o que nunca aconteceu. Foram mais de 90 horas de trabalho sem pagamento, por mais de um mês, que somam R$ 13.860,00 de prejuízo.
Há indícios, de acordo com a polícia carioca, que os acusados Paula Fabiana Gonçalves Bastos e Eduardo Rapozo de Rezende também estavam atuando no ramo da construção civil no Rio de Janeiro. Não está descartada a possibilidade de que novos golpes tenham sido aplicados naquela cidade.
Construtora não terminou nenhuma obra
A empresa de fachada usada para o golpe era a Ecosteel Construção Seca, que era apresentada como construtora. A empresa, com sede em Paranavaí, é uma loja de material de construção, registrada no nome da acusada.
Em Maringá, ela se apresentava como proprietária da construtora e o marido como representante comercial. O terceiro acusado, então policial militar, era o mestre de obras. A fraude teria sido planejado em coautoria entre os três.
O médico de Maringá L.A.M.C., de uma clínica de otorrino, teve um prejuízo de R$ 430 mil e um colega de profissão, E.O., oftalmologista, também amargou um golpe de R$ 600 mil. As vítimas foram procuradas pela reportagem, mas até as 15h30 desta segunda-feira-feira (22/1) não haviam retornado as ligações.
A promotora responsável pelo caso, Michele Nader, explica que eles conduziam ao erro e apresentavam uma falsa credibilidade por ter outras empresas. Depois de receber os valores como sinal para o início das obras, não davam seguimento na construção.
“Havia toda uma trama para ludibriar as pessoas. Quando elas se davam conta e iam verificar o que estava acontecendo no imóvel, os criminosos já tinham sumido e deixado dívidas no nome das vítimas. Algumas obras nem começaram”, relata.
A prisão foi efetuada numa ação conjunta entre a Subsecretaria de Inteligência do Rio de Janeiro (Ssinte) e policiais da 35ª Delegacia Policial, a partir de uma investigação e denúncia do Ministério Público do Paraná.
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