Após quatro anos de redução, número de acidentes na Avenida Colombo cresce 6,3%. Cinco pessoas morreram na via em 2017

  • A Avenida Colombo, trecho urbano da BR-376 em Maringá, registrou um aumento de 6,3% no número de acidentes no ano passado. Em 2017, foram atendidas 363 ocorrências pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), contra 340 no ano anterior.

    O levantamento da PRF, feito a pedido do Maringá Post, leva em consideração o trecho entre os quilômetros 170 e 182 da rodovia. O km 170 fica no limite de Maringá com Sarandi e o km 182, no cruzamento da Avenida Colombo com o Contorno Norte, na saída para a cidade de Mandaguaçu.

    O número de acidentes na Avenida Colombo voltou a crescer depois de uma sequência de quatro anos de redução nas ocorrências. Entre 2013 e 2016, a quantidade de acidentes no trecho urbano da rodovia caiu de 872 para 340.

    Em relação aos acidentes fatais, cinco pessoas morreram na Avenida Colombo no ano passado. Foi uma vítima a menos do que o registrado em 2016. Em relação a óbitos, 2014 foi o ano mais violento desde 2013, com dez mortes.

    Com relação ao número de feridos, 409 pessoas receberam atendimento no ano passado, 82 apresentaram ferimentos graves. Em 2016, foram 330 atendimentos a pessoas feridas na Avenida Colombo, 79 apresentaram ferimentos graves. Em 2013, ano com maior número de vítimas, foram 474 feridos, com 89 casos considerados graves.

    O inspetor da Policia Rodoviária Federal, Wilson Martinez, avalia que o aumento nos acidentes em 2017 se deve ao grande número de motocicletas na cidade. “Por conta da crise, muita gente que utilizava o carro passou a utilizar motos”, considera.

    Martinez lembra que no ano passado, em parceria com o Ministério Público Estadual, a Secretaria Mobilidade Urbana (SEMOB) e a Polícia Militar em Maringá, foi realizada uma grande blitz na Avenida Colombo. Na ocasião, “foram apreendidas 54 motos, destas, 28 eram pilotadas por pessoas não habilitadas. E sem habilitação os condutores estão mais suscetíveis a se envolver em acidentes.”

    Para o inspetor, se o transporte coletivo metropolitano fosse melhor, o número de acidentes também seria menor. “Os ônibus das cidades dormitórios em horário de pico são superlotados. Se o transporte fosse mais eficiente teria menos veículos nas ruas e a taxa de acidentes seria reduzida”, analisa.

    Convênio irá aumentar fiscalização na Avenida Colombo

    A Polícia Rodoviária Federal e a Prefeitura de Maringá estão perto de fechar um convênio para transferir a fiscalização da Avenida Colombo para o município. Com a mudança, a perspectiva é que sejam instalados radares de velocidade e câmeras para monitorar os avanços de semáforo.

    O inspetor da PRF defende o convênio para aumentar a fiscalização na rodovia. “O motorista terá a percepção de estar sendo vigiado o tempo todo, e isso o intimidará a cometer infrações. Com este convênio teremos uma diferença considerável no número de acidentes na Avenida Colombo”, acredita.

    Segundo Martinez, o convênio ainda não foi firmado por causa dos trâmites burocráticos. “Aguardamos a homologação no Tribunal Regional Federal (TRF)”, diz.

    Contorno Norte teve efeito colateral na Avenida Colombo

    Para a Polícia Rodoviária Federal, apesar do número de acidentes ter caído bastante entre os anos de 2013 (872 ocorrências) e 2014 (586 ocorrências), quando foi inaugurado o Contorno Norte de Maringá, o efeito que se percebe atualmente é um efeito colateral. “Sem o trânsito de veículos pesados, a Avenida Colombo ficou mais rápida. Com os carros baixos com velocidade mais alta, houve mais acidentes”, observa.

    Para Martinez, o trânsito só vai ficar mais seguro quando houver “mais respeito e educação no trânsito”. Sem a mudança no comportamento, segundo o inspetor, não bastará aumentar a fiscalização.

    “O transito é feito por todos, não só pelos veículos. É composto pelo pedestre, ciclista, motociclista, motorista de automóvel, de ônibus, caminhão. Para termos um transito melhor, é necessário a contribuição de todos”.

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