Maringá terá atendimento emergencial a pacientes vítimas de AVC pelo SUS. São 20 leitos credenciados em dois hospitais

  • Pacientes de Maringá e região, vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) do tipo isquêmico, terão direito a atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a medicamento que reduz em até 70% a possibilidade de sequelas.

    A portaria publicada pelo Ministério da Saúde na sexta-feira (22/12) habilita dois grandes serviços hospitalares, com dez leitos cada, como Centros de Atendimento de Urgência tipo III aos pacientes com AVC.

    Os hospitais credenciados são a Santa Casa e o Hospital Santa Rita, que já atende esses casos há dois anos com a utilização do medicamento actilyse. O remédio dissolve o trombo das artérias cerebrais.

    Até este ano o Hospital Santa Rita atendia, no Pronto Socorro Neurológico, pacientes particulares e de mais de 20 convênios. Nos próximos meses, o atendimento também passará a ser realizado pelo SUS.

    Segundo o secretário de Saúde de Maringá, Jair Biatto, o município custeava o tratamento e medicamento administrado a alguns pacientes. Agora, a portaria permite que a despesa seja arcada pelo governo federal.

    O Sistema Único de Saúde (SUS) irá bancar os custos do medicamento e do tratamento, o que libera o município a fazer outros investimentos. Por ano, serão cerca de R$ 2 milhões em investimentos só para estes pacientes.

    “Maringá pleiteia este serviço desde 2012, por meio do Hospital Santa Rita, quando o medicamento foi liberado para ser utilizado no Brasil. As habilitações aconteceram inicialmente em todas as capitais, depois regiões metropolitanas”, lembrou Biatto.

    O secretário da Saúde destaca que a habilitação foi fruto de uma importante parceria entre o Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Prefeitura de Maringá. “Foi graças ao empenho do ministro Ricardo Barros, do secretário estadual de Saúde, Michele Caputo e do prefeito Ulisses Maia”, afirmou o secretário.

    Santa Rita é referência no atendimento a vítimas de AVC

    O Santa Rita é tido como referência nesse tipo atendimento por conta da estrutura e equipe de profissionais capacitados, que já atendem no Pronto Socorro Cardiológico há mais de dois anos.

    Somente o Hospital Santa Rita atendeu de 2013 a 2017, mais de 100 pacientes vítimas de AVC que receberam o medicamento, sendo que em 2017 foram 20 pacientes.

    O paciente com sintomas de AVC terá a disposição o atendimento no Hospital Santa Rita 24 horas por dia, 7 dias da semana. A estrutura, equipamentos e equipe, segue o protocolo do Ministério da Saúde.

    O hospital conta com equipamento para tomografia de 128 cortes, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com 10 leitos para pacientes vítimas de AVC, além de Pronto-Socorro preparado e equipe capacitada (desde o porteiro até os funcionários do laboratório, de enfermagem, médico do PS e profissionais especializados em Neurologia).

    AVC exige busca imediata por atendimento

    De acordo com o diretor-médico do Hospital Santa Rita, Alvo Vizotto, todo paciente com suspeita de AVC que apresentar sinais importantes como boca torta, dificuldade de mexer o braço ou a perna, deve estar atento e procurar atendimento imediato.

    “Esses sintomas são os mais comuns, mas o paciente também pode relatar de tontura e alteração na visão. Em média, quem sofre um AVC tem até 4 horas e meia pra chegar ao serviço que deve estar preparado para o atendimento. Quanto mais cedo receber atendimento melhor o resultado”, explicou.

    Ao chegar no Pronto-Socorro, o paciente com suspeita de AVC é encaminhado para o médico, faz exame de sangue e tomografia e após os resultados passa por avaliação de médico especializado em Neurologia.

    Após esses procedimentos, os resultados vão determinar se o paciente tem condições ou não de receber o medicamento.  “Se for constatado um acidente vascular isquêmico, ou seja, quando falta circulação sanguínea no cérebro sem que haja rompimento das artérias, será prescrito o actilyse, que reduz em até 70% a chance de ocorrer sequela”, explica.

    O diretor ressalta que se o medicamento for utilizado no momento adequado há dois ganhos. “Evitar sequelas limitadoras da vida e permitir que o paciente volte às atividades normais de trabalho e convívio social, desonerando o sistema de saúde dessas duas formas”, afirmou Vizotto.

    Ainda segundo o médico, pacientes que não fazem uso do remédio ficam com sequela clara, dependendo de cuidados específicos por parte dos familiares e auxílio médico constante. Pode ser desde uma sequela leve, a exemplo de dor de cabeça, até uma grave, como não falar, andar ou ter o comprometimento dos movimentos de um dos lados do corpo.

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