Saiba quem é o soldado da PM de Maringá que conseguiu 452 mil seguidores e teve a página excluída pelo Facebook

  • “Se for o caso, vou abrir mil páginas”, afirmou o soldado Pessutti, que há quatro anos trabalha na Polícia Militar, em Maringá. Antes de regressar à cidade que nasceu, trabalhou por quatro anos na PM do Estado de São Paulo.

    Em janeiro de 2017, Pessutti criou uma página na rede social Facebook e, com postagens fortes contra a bandidagem, atingiu 452 mil seguidores.

    Há poucos dias, teve a página bloqueada pelo Facebook. “Juntaram um monte de vagabundos e denunciaram minhas postagens. Aí bloquearam a minha página”, contou.

    No final da semana passada, uma nova página foi aberta. O soldado, até nesta sexta-feira (24/11), conseguiu agregar mais de 70 mil seguidores. Na nova página, Pessutti gravou um vídeo de desabafo sobre o bloqueio do Facebook.

    https://www.facebook.com/soldadopessuttioficial/videos/1253468958091259/

    Questionado sobre o sucesso com o público nas redes sociais, Nilson Roberto Pessutti Filho, 31 anos, afirma que “diz o que o povo gostaria de dizer”.

    “Sou a pessoa que fala da indignação das pessoas. Sou exatamente elas, que não têm condições e não tem coragem e são manipuladas pela mídia”, considera.

    Pessutti responde processo interno na PM

    Os vídeos polêmicos não provocaram apenas o bloqueio do Facebook. O soldado Pessutti foi tirado das ruas e tem feito apenas trabalhos internos no 4º Batalhão da Polícia Militar. O motivo é que ele gravou e postou um vídeo com a farda da corporação.

    “Estou interno respondendo processo por ter feito vídeos fardado contra os direitos humanos. Isto acontece frequentemente com policiais. É um processo exoneratório, na tentativa de me mandar embora. Mas me preocupo mesmo em perder a dignidade. Emprego? Arrumo outro”, diz.

    Sobre a Polícia Militar. O soldado diz que a PM “é uma instituição fantástica”. “A influência política é que prejudica a corporação. A corregedoria, em vez de detonar os vagabundos que deixam entrar armas e drogas na fronteira, pega só os soldados que dão chute em vagabundo”, considera.

    Pessutti se inspirou no Fahur, mas perdeu encanto

    Soldado Pessutti admite que no começo do ano, quando decidiu criar uma página no Facebook, chegou a se inspirar no Sargento Fahur, que ganhou destaque na mídia e chegou a fazer 50 mil votos com postagens sobre as prisões dos traficantes que realizava nas rodovias do Paraná.

    “Ele é diferente de mim. É mais folclórico. No começo, me inspirei nele, mas depois perdi total admiração. O Fahur só fala do pé de chinelo, mas dos maiores não fala. Vi, inclusive, uma palestra dele em que disse que não gosta de falar da corrupção no governo. Se tiver errado, tem que falar mal até de Deus”, disparou.

    O soldado que chegou a ter mais de 10 milhões de visualizações em vídeo que gravou no Fórum de Maringá, questionando as audiências de custódia (vídeo retirado do ar junto com a página do Facebook), contou que não tem pretensão política, embora tenha recebido vários convites para se candidatar.

    “Tenho nojo da forma como é feita a política no Brasil. Hoje a vontade do povo não prevalece. Se a pessoa tem 90% de rejeição, a gente não consegue tirar”, disse.

    Pessutti ainda poderá aceitar algum convite para participar das eleições de 2018. Em princípio, ele disse que irá trabalhar pelo Jair Bolsonaro, pré-candidato a presidente pelo Patriotas. “Mas se entrar e for a mesma porcaria, que a gente consiga trocar”.

    Por hora, o soldado tem preferido apoiar o que considera certo. “Não defendo nenhum partido. Gosto de homens bons e defendo o que é certo”. Veja abaixo um vídeo postado no começo de setembro e que foi reproduzido na nova página do soldado.

    https://www.facebook.com/soldadopessuttioficial/videos/1193746964063459/

     

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