Bibliotecas livres começam a surgir timidamente em Maringá; proposta é ampliar projeto para 170 pontos de ônibus

  • Aos poucos, as casinhas que abrigam os livros do projeto Bibliotecas Livres começam a ser implantadas em locais públicos como Unidades Básicas de Saúde (UBS), o Terminal Rodoviário, as bibliotecas municipais e a Prefeitura de Maringá. Mas a ideia é que a iniciativa vá muito além dos prédios públicos e se aproxime mais da população.

    A proposta é que a pessoa possa pegar um livro e trocar por outro ou emprestar para ler e depois devolver. A finalidade é “criar uma circulação de livros livres entre pessoas”, afirma o secretário de Cultura, Rael Toffolo.

    A proposta de ampliação das bibliotecas livres prevê que 170 pontos de ônibus da cidade sejam substituídos por abrigos com adaptação para receber estes livros.

    O projeto está pronto, mas o secretário de Mobilidade Urbana, Gilberto Purpur, afirma que ainda não há previsão para a licitação deste novo modelo de ponto de ônibus.

    Purpur justifica que é difícil encontrar empresas que tenham um orçamento viável para a implantação, pois trata-se de um produto inovador, pouco comum no mercado. O modelo que a administração municipal pretende usar é semelhante ao da foto acima.

    O secretário de Mobilidade Urbana relata que foram realizados dois orçamentos, no entanto, os valores fornecidos pelas empresas estariam exorbitantes. “Estamos aguardando para essa semana o resultado do terceiro orçamento”, diz.

    A prefeitura está disposta a pagar até R$ 15 mil pelos novos abrigos, já que o valor disponível para a implantação é de R$ 2,5 milhões.

    A prioridade para a substituição é nos pontos do corredor de ônibus das avenidas Kakogawa e Morangueira, além da área central. De acordo com Purpur, a escolha se dá devido ao maior número de pessoas que transitam por estes locais.

    Os outros pontos serão definidos posteriormente. O secretário diz que nem todos os abrigos serão substituídos, pois muitos são pontos são usados apenas para o desembarque e não haveria público para a leitura dos livros.

    Lei das bibliotecas livres acaba de ser regulamentada

    A implantação das bibliotecas livres na cidade foi regulamentada nos últimos dias pelo prefeito Ulisses Maia (PDT).

    A proposta partiu inicialmente da Câmara Municipal, que aprovou o projeto do vereador Carlos Mariucci (PT). Ele diz que o objetivo principal é a “liberdade para ler e ao mesmo tempo incentivar o hábito da leitura”.

    O documento que regulamenta a instalação das bibliotecas livres determina que é de responsabilidade da Secretária Municipal de Cultura a implantação das bibliotecas em áreas públicas coletivas.

    Além disso, é previsto que os locais sejam adaptados, com acesso a pessoas com deficiência, e que possibilitem a troca cultural entre os frequentadores, de maneira gratuita e espontânea.

    Secretário diz que testes foram positivos

    O primeiro teste da biblioteca livre foi na 4ª Festa Literária Internacional de Maringá (Flim), realizada entre os dias 26 e 29 de outubro.

    O secretário de Cultura, Rael Toffolo, se mostra otimista com a proposta, mesmo com a lentidão no processo de implantação. Segundo ele, os resultados dos levantamentos feitos semanalmente, para verificar a utilização e o cuidado com os livros, têm sido positivos.

    “A interação tá super legal. A cada semana os livros que estão lá são totalmente diferentes. Isso significa que as pessoas estão circulando os livros”, diz.

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