As equipes que conquistaram as primeira e terceira colocações do desafio de ciência, tecnologia e inovação, Smart City, desenvolveram softwares que visam a combater os focos do mosquito Aedes aegypti em Maringá.
A segunda colocada foi a equipe Luz, com um trabalho que propõe a interação de universitários e mercado de trabalho.
O objetivo é reduzir os casos de dengue no município, que costuma sobressair nos boletins de dengue do estado. A vencedora do desafio foi a equipe MannaTeam com ao projeto do software SisDengue.
Uma das integrantes da equipe, Lailla Milainny Siqueira Bine, diz que “o sistema que está em desenvolvimento promove uma melhoria nas rotas que os agentes seguem para visitar as casas com foco do mosquito da dengue, considerando locais com maiores incidências ou locais pouco visitados, fazendo um rodízio melhor”, diz.
Ela explica que o projeto é composto por duas partes: a primeira é a automatização do controle dos agentes de fiscalização de focos da dengue. “Atualmente, no final do dia os agentes gastam muito tempo na preparação dos relatórios das visitas realizadas durante o dia”.
Com o sistema, a fiscalização será digital, por meio de QR codes ao invés dos tradicionais papeis colados nas casas. “Nosso sistema é um sistema que aprende, quanto mais ele é utilizado melhor fica. Com o tempo, o sistema detecta as áreas com mais focos para tratamentos mais pontuais”, afirma.
Isso proporciona um rodízio melhor dos bairros fiscalizados e, consequentemente, deve resultar na redução dos focos do mosquito transmissor da doença. De acordo com Lailla, a ideia surgiu por causa dos altos índices de dengue que Maringá vem colecionando ao longo dos anos.
A equipe vencedora recebeu um cheque de R$ 2 mil, além do acompanhamento da Unicesumar Empresarial e do Sabrae para que a ideia seja colocada em prática.
Mosquito também se reproduz em lixo jogado na rua
A equipe Runner, que conquistou o terceiro lugar no Smart City também tem como meta principal evitar a proliferação do mosquito da dengue, mas neste caso o objetivo visa a combater os focos do Aedes aegypti nas ruas de Maringá.
“O objetivo é tratar o lixo que é jogado nas ruas. Criamos uma lixeira que será fixada em pontos com grandes concentrações populares e as pessoas serão estimuladas a jogar seus lixos recicláveis em troca de Dotz [moeda digita]”, explica um dos integrantes da equipe, estudante Adalto Jonas Fedalto.
Fedalto justifica que “o Ministério da Saúde fez um estudo em Maringá e apontou que mais de 50% dos focos do mosquito são provenientes do lixo”.
Ele disse que ao depositar o lixo, o individuo deve informar seu CPF para receber os Dotz, que podem ser revertidos em remédios, joias, viagens, alimento, entre outros prêmios.
O lixo coletado nas lixeiras é vendido para a indústria e transforma do em matéria prima. “Isso gera mais empregos, tira o lixo das ruas, reduz os focos de mosquito da dengue e aquece o comércio local com a venda de produtos por Dotz”, complementa Fedalto.
O estudante estima que os valores de cada lixeira é entre R$ 600 à R$ 1.750.
Plataforma que integra acadêmicos e mercado
A interação universitário e mercado de trabalho, da equipe Luz, segunda colocada no desafio Smart City, pretende “proporcionar um melhor aproveitamento do acadêmico, aumentando a prática do que é ensinado nas salas de aula”, explica uma das integrantes, a professora do Centro Universitário Integrado, Tuane Krupek.
O projeto visa à criação de uma plataforma, na qual universitários poderiam postar seus projetos para que as empresas que estejam procurando por aquela solução possam contratar os serviços e vice-versa.
Tuane diz que um dos benefícios é que “o conhecimento poderá ser aplicado na prática, em questões e problemas atuais, acompanhando as reais necessidades do mercado.” E complementa afirmando que a plataforma permitir maior proveito do capital humano presente nas universidades.
Desafio busca novas ideias para melhorar a cidade
O desafio é promovido pelo Centro de Inovação de Maringá (CIM), que oportuniza a articulação na chamada ‘tríplice hélice’ – poderes público, empresários e academias -, para viabilizar a inovação na cidade.
Foram 60 dias de competição, iniciada em agosto. Participaram do desafio 43 equipes e oito delas chegaram à final.
As três equipes vencedoras vão contar com acompanhamento da UniCesumar Empresarial e do Sebrae, que prestarão as consultorias necessárias para concretização dos projetos. O acompanhamento será realizado até julho de 2018.
O poder público é um fator importante para a viabilidade dos projetos, que visam auxiliar a cidade. O diretor de Inovação Tecnológica da Secretaria de Inovação e Desenvolvimento Econômico (Seide), Franz Wagner Dal Belo, participou da comissão avaliadora e diz que o Edital de Inovação está disponível para os participantes.
“Os participantes podem inscrever os projetos no concurso, que é uma ferramenta que viabiliza a concretização dos sistemas projetados”, explica Dal Belo.
Ele diz ainda que fará o possível para incorporar os projetos na prefeitura. “A ideia é trazer a comunidade para ajudar a solucionar os problemas da própria comunidade”, completa.
As equipes estão abertas à propostas de investidores que queiram auxiliar financeiramente a concretização dos projetos.
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