A Prefeitura de Maringá reassume nesta segunda-feira (6/11) a gestão do Parque do Japão. Uma das poucas definições sobre a nova gestão é que será criado um cargo comissionado para atuar no gerenciamento do local. Também é prevista a criação de um conselho consultivo, com representantes da colônia japonesa, que irá funcionar nos moldes Conselho Municipal de Cultura.
Primeira funcionária da história do Parque do Japão e gerente por 11 anos, Meire Yoshii Fugou, diz que o primeiro desafio é a preparação para as comemorações natalinas. A média de visitantes nessa época é próxima a 70 mil e ainda não há informações sobre como será resolvida a situação. “A preocupação maior agora é com o Natal, já que o tempo é curto para fazer a decoração”, diz Meire.
Ela contou que todos os funcionários foram dispensados e os serviços de telefone desligados. “Na verdade não tem nada definido, mas nós iremos voluntariamente contribuir com a nova administração. Oficialmente, não tem nada”, informa sobre quem trabalhará a partir desta segunda (06/11).
O Maringá Post entrou em contato com o secretário de Serviços Públicos, Vagner de Oliveira, na quarta-feira (1/11), quando aconteceu uma reunião de transição. Ele informou que a administração municipal iria tomar algumas decisões e que os detalhes passam a ser divulgados a partir desta segunda.
Diretora executiva da secretaria de Serviços Públicos, Maria Lígia Guedes, será a responsável por coordenar o trabalho de transição. “Vamos manter tudo que tem lá, a serviço da população e buscar mudanças para melhor”, afirma.
A Prefeitura de Maringá garante que irá manter a gratuidade da entrada e vai se apoiar em indicações da colônia japonesa para a manutenção. O parque tem 70 carpas, inclusive as azuis que são raras. Também conta com pinheiros negros com mais de 80 anos e variedades de carvalho que requerem cuidados especiais.
Dívidas motivaram mudanças no Parque do Japão
Em 2014, após abrir um processo de licitação o Parque do Japão passou a ser administrado por uma Oscip. No contrato, foi definido que nos dois primeiros anos o repasse do município para a Oscip seria de R$ 44 mil ao mês e no terceiro e no quarto anos seria de R$ 40 mil e R$ 36 mil. A concessão poderia se estender por 30 anos.
Não era previsto cobrança de ingresso para entrada e o parque teria que ficar aberto por ao menos cinco dias por semana. A renda viria da cobrança por serviços, atividades e ações que acontecessem no local. O objetivo era que o parque pudesse ser autossustentável.
O jornal São Paulo Shimbun divulgou em julho que a administração passava por grave crise financeira, com dívidas de R$ 400 mil e muitas contas pagas por empresários e comunidade. Seria necessário um repasse mensal de R$ 80 mil, por parte da prefeitura, para garantir a sustentabilidade.
Segundo a diretora da Semusp, Maria Lígia Guedes, o aumento de repasse seria inviável, pois iria contrariar as normas da licitação. “A única forma de fazer esse aumento seria com uma nova licitação”, explica.
Projeto do Parque do Japão nasceu em 2005
A ideia do Parque do Japão é de 2005, da primeira gestão do prefeito Silvio Barros. O objetivo foi criar um ponto turístico e homenagear o centenário da Imigração Japonesa, em 2008. A Prefeitura de Kakogawa, no Japão, cidade co-irmã de Maringá, bem como moradores da cidade, foram grandes parceiros do projeto.
O parque está construído numa Área de Preservação Permanente (APP). Os córregos e nascentes do local foram recuperados e ajudaram na formação dos lagos. Em relação a obras foi construído ginásio de esportes, muito usado para a prática do judô, casa de chá, um restaurante e um centro de oficina e artes.
O jardim japonês tem uma área de 52 mil metros quadrados e é considerado o maior fora do Japão. O jardineiro Hiroshi Kawashimo teve papel importante na criação do local. Ajudou na escolha das espécies e ministrou cursos sobre a manutenção.
Em junho de 2008, já em processo avançado de construção. O Parque do Japão recebeu a visita de Naruhito, o príncipe herdeiro do Japão. Ele participou da inauguração do Monumento à Imigração Japonesa. A administração municipal era a responsável pela gestão até 2014, quando a Oscip Parque do Japão – Memorial Imin 100, assumiu o parque.
Comentários estão fechados.