A comissão da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Sesp), composta por cinco membros, aprovou benefícios do Bolsa Atleta para 422 atletas e 11 paratletas de Maringá e região.
O programa atende atletas que representam o município em competições de nível estadual e nacional, como os Jogos Abertos e os Jogos da Juventude do Paraná – a fase final está acontecendo até o dia 29, em Londrina.
A divisão é em 6 categorias, com valores que variam entre R$ 400, que atende 232 atletas, e R$ 2,5 mil, com apenas 23 atletas, sendo o contrato de no máximo um.
O edital referente a 2017 assume um total máximo de desembolso mensal de R$ 196,4 mil. A validade do benefício é de, no máximo, um ano.
Arthur Langowski Terezan representa o atletismo de Maringá a nível internacional, já foi vice-campeão do Troféu Brasil e participou recentemente, pela segunda vez, do Jogos Universitários Mundiais, competição na qual alcançou o 4º lugar na prova de 400 metros com barreiras, em 2015, na Coreia do Sul. Em 2008 foi chamado pela primeira vez à Seleção.
De acordo com ele, foram muitas dificuldades em 2017. “O alto rendimento não é simples. Precisamos arcar com fisioterapia, psicólogo, médico, plano de saúde, academia, suplementação alimentar” – afirma.
Em 2017, devido à mudanças na legislação do programa, as inscrições e o recebimento da bolsa iniciaram apenas em julho, sem que houvesse algum tipo de pagamento retroativo. “Complicou mesmo. Muitos atletas até fizeram dívidas contando com isso [o recebimento referente ao 1º semestre]”, conta Terezan.
Desde 2016, Terezan é 3º Sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) e garante que o apoio das Forças Armadas é “essencial para que o esporte ainda se mantenha competitivo”.
Adequação à lei federal atrasou concessão das bolsas
O secretário de Esportes e Lazer, Valmir Fassina, explica que as dificuldades no ano corrente aconteceram devido ao processo de adequação à lei federal 13.019/2014, que se refere às parcerias entre a administração pública e organizações da sociedade civil, como as equipes esportivas, processo que deveria ter acontecido ainda em 2015.
Segundo o secretário, há uma ampliação da campanha para “agregar diferentes modalidades com o novo formato de edital”.
A ideia é que aconteçam resgates de associações que estavam sem convênio com a Sesp. O xadrez e o futsal, por exemplo, não eram atendidos e hoje já são 22 associações.
O incentivo também tem o objetivo de melhorar as condições de técnicos, com o Bolsa Técnico introduzida em 2017. “O edital para 2018 deve ser lançado em novembro e o trabalho de divulgação e conscientização já está acontecendo”, informa Fassina.
A seleção passa por critérios que avaliam condições escolares, de treinamentos, resultados já obtidos, indicações de associações e técnicos. Cada um desses itens tem uma pontuação para a classificação de quem solicita o benefício.
“Os critérios são avaliativos, mas não existem impedimentos, qualquer cidadão de Maringá pode se candidatar”, afirma o secretário.
Resgate da tradição mais plural do esporte local
Geente de esportes de rendimento e educacional em Maringá, Marcos Batista conta que a nova variedade de modalidades atendidas visa a reviver a tradição de Maringá nos esportes, “de forma mais plural”.
Grupos sem associação, como o badmington, são resultado dessa retomada. Além disso, resultados como o de Artur Terezan e Tábata Vitorino, única atleta de nível olímpico, são um incentivo da importância e representatividade do apoio.
Na atual edição dos Jogos da Juventude, Maringá conseguiu ouro no vôlei de praia (masculino e feminino) e também no tênis masculino, no qual é uma potência estadual. O tênis feminino foi prata. Outras disputas ainda estão em andamento.
Coordenador de Esporte Paralímpico, Silvio Podadeiro, diz que “atualmente o esporte paralímpico está mais bem visto e reconhecido”. Aqui em Maringá, a equipe de basquete já se dedica integralmente ao esporte e a equipe de vôlei sentado alcançou pontuação para o Campeonato Brasileiro.
A bocha paralímpica também tem seu destaque e o paratleta Mauro Fernando Santoro foi convocado para representar o Brasil em competições internacionais, considerado um dos 10 melhores do país. Ganhou medalha de prata com a delegação, na Copa América.
“Organizações como a Associação dos Deficientes por Amputação de Maringá (Assama) e a União Metropolitana Paradesportiva de Maringá (UMPM) são muito importantes para a conscientização e ação do esporte paralímpico na cidade”, defende Podadeiro.
A Lei Orçamentária Anual de 2018 prevê um investimento de R$ 32,7 milhões e, de forma geral, a expectativa da Sesp é de que haja um aumento nos incentivos e também nos resultados do esporte maringaense a partir de 2018, com mais estrutura e recursos.
Governo federal prevê corte de 87% dos recursos
A LOA proposta pelo Governo Federal prevê uma redução de 87% ao Ministério do Esporte para 2018, sendo que para a concessão de bolsas a atletas o valor cairia de R$ 130 milhões para R$ 70 milhões, para o país todo.
De forma direta, a preparação de seleções para representação do Brasil caiu de R$ 40 milhões para R$ 4,8 milhões, apenas 12% do ano anterior.
O problema também se dá na queda de valores para infraestrutura, de R$ 60 milhões para R$ 13 milhões, enquanto a implantação de Centros de Iniciação ao Esporte caiu de R$ 1,245 bilhão para R$ 200 milhões.
O Ministério do Esporte, em nota, diz estar trabalhando junto ao Congresso Nacional para aumentar a capacidade de recursos para os programas da pasta.
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