Edinaldo Ferreira da Silva, 48 anos, que ficou conhecido como o homem que atirou seis vezes contra um açougue na manhã do domingo dia 20 de agosto, voltará nesta sexta-feira (27/10) ao local onde matou Adelso Donizete Ferraz, 41, e atingiu Luiz Massaroto, 61, no braço. A reconstituição do atentado foi marcada para as 9 horas da manhã.
Silva é o autor do atentado ao açougue, um crime que chocou Maringá, tanto pela violência, quanto pela motivação. Os disparos teriam sido efetuados após um desentendimento com atendentes da empresa. A alegação é que ao comprar um frango assado, houve demora no atendimento.
Segundo o advogado de defesa, Israel Batista de Moura, o cliente não tinha a intenção de matar ou atingir qualquer cliente, pois teria atirado com o intuito de acertar a assadeira de frango.
Um dia após o crime, Silva foi preso dentro de uma residência no Jardim Império do Sol, na zona Norte de Maringá. No mesmo dia, ele apresentou o revólver calibre .38 usado no atentado a tiros.
Silva foi denunciado pelo Ministério Público por porte ilegal de arma de fogo, homicídio consumado e qualificado e por quatro tentativas de homicídio qualificadas. Segundo os promotores, se for condenado por todos os pedidos e o Júri Popular referendar as acusações, a pena poderá passar de 50 anos de prisão.
A denúncia foi aceita pela 1ª Vara Criminal de Maringá e a primeira audiência foi agendada para o dia 13 de novembro de 2017. A reconstituição do crime foi solicitada pela Promotoria e ratificada pela defesa do acusado.
Para defesa, reconstituir o atentado é bom para todos
O advogado Israel Batista de Moura afirmou que a reconstituição do crime é importante para esclarecer o episódio. “Há as versões das pessoas, que estavam em estado de choque e tem a filmagem que prova a autoria. Mas só a reconstituição vai garantir detalhes técnicos como a direção dos disparos e a metragem. É uma peça essencial para o processo”, argumentou.
Moura conta que pediu a reconstituição do crime ainda na fase de inquérito, mas o pedido foi negado pela Delegacia de Homicídios. “Normalmente este ato é feito no inquérito, mas foi negado. Agora, a pedido da promotoria, com a qual a defesa concorda, será realizado. É imprescindível, não uma jogada, como disseram. Sem a reconstituição poderia ocorrer a nulidade total”, considerou.
Moura confirmou que o cliente irá participar da perícia. “É preciso que diga onde estava, de onde atirou e possa dar sua versão. É indiscutível, não um artifício, que ele atirou em direção às assadeiras. A filmagem mostra claramente isto.”
“Reconstituição de atentado é desnecessária”
O delegado de Homicídios de Maringá, Diego Almeida, designou oito policiais e também irá participar da reconstituição. Para ele, o pedido precisa ser atendido para garantir o direito amplo a defesa, mas no entendimento de Almeida, a reconstituição seria desnecessária.
“O juiz deferiu o pedido e todos os procedimento foram tomados para realizar a diligência. Da minha parte não tem nada, conclui o inquérito. Foi tudo filmado e não consta nenhuma dúvida da minha parte. Vamos cumprir para evitar qualquer risco de nulidade”, afirma.
Almeida não soube afirmar se a viúva de Adelso Donizete irá participar da reconstituição. Ela estava ao lado do marido quando ele foi atingido e morreu. Os proprietários e funcionários do açougue na Avenida Brasil, onde aconteceu o atentado, confirmaram a presença.
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