Promessômetro sofre primeira alteração: Maringá ainda não disponibiliza terapias alternativas na rede pública

  • Apesar de serem reconhecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as terapias alternativas ainda não são oferecidas na rede municipal de saúde em Maringá.

    O Maringá Post foi a procura dos tratamentos alternativos na rede municipal de saúde da cidade, após receber a informação da administração municipal de que o serviço prometido em campanha já estaria em funcionamento.

    Inicialmente, a promessa foi tratada como cumprida no Promessômetro, o que não se confirmou. Agora, passa ser tratada como em andamento.

    Ao buscar o serviço como qualquer cidadão faria, a reportagem percebeu que existe muita desinformação nos próprios setores responsáveis pela saúde da cidade quando o assunto são terapias alternativas.

    A procura dos pacientes por tratamentos alternativos

    O primeiro passo é encontrar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da casa onde o paciente mora. Entramos em contato às 9h desta quinta-feira (19/10) com a Unidade Básica de Saúde Aclimação, localizada dentro do Campus da Unicesumar.

    Rebeca, recepcionista da unidade informou que o paciente tem que marcar uma consulta com a médica da unidade, que o encaminharia para o serviço solicitado. Ela não tinha certeza se o serviço era disponível na rede municipal de saúde, mas acreditava que o atendimento poderia demorar.

    A recepcionista encaminhou a ligação para o agendamento do próprio posto. Ela informou que serviços de terapia alternativa, como homeopatia e acupuntura não são oferecidos.

    Fernanda, responsável pelo agendamento disse que “nunca ninguém informou” se existia a possibilidade de realizar esses tratamentos pela rede municipal de saúde. Ela pediu para ligarmos na Secretaria de Saúde.

    No setor de regulação da Secretaria de Saúde, a secretária Iomara informou que não existe prestador em Maringá que realize terapias alternativas. “Pode ser que futuramente tenha, mas hoje não tem”, disse ela. 

    Segundo Iomara, a única de prática alternativa que é oferecida, é um tratamento com ervas, realizado com uma terapeuta. Para conseguir esse tratamento, o paciente teria que fazer todo o percurso novamente e entrar em contato com a Unidade Básica de Saúde do bairro onde mora.

    Uma paciente que já fez tratamentos homeopáticos pela rede pública, nos informou que na Policlínica da Zona Sul, um médico homeopata atendia aos pacientes.

    Já a policlínica da Zona Sul informou que os agendamentos de consultas só podem ser feitos na UBS Maringá Velho.

    Na Unidade Básica de Saúde Maringá Velho, a recepcionista Letícia disse que apenas um médico realiza tratamentos homeopáticos para toda a rede municipal de saúde de Maringá. Segundo ela, o paciente deve passar no posto de referência, pegar encaminhamento e  após esse trajeto agendar a consulta na UBS Maringá Velho.

    Os atendimentos com o médico homeopata Pedro Marcelo Mouro ocorrem na UBS Maringá Velho nas segundas e sextas-feira e na policlínica da Zona Sul nas terças e quartas-feira.

    Como a demanda é grande, e apenas um médico realiza esse tipo de atendimentos na rede municipal de saúde, a fila de espera para uma consulta é longa. A próxima consulta disponível era somente para 12 de janeiro de 2018, às 13h30.

    Clínica de Práticas Integrativas ainda não funciona

    No Promessômetro feito pelo Maringá Post, a prefeitura informou que a promessa de campanha que pretendia implantar terapias alternativas como acupuntura e homeopatia já estava sendo cumprida e que serviços são oferecidos pela rede municipal de saúde na Clínica de Práticas Integrativas.

    Porém, nesta quinta-feira (19/10) a assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá, disse que o local destinado ao Núcleo de Práticas Integrativas ainda esta passando por reformas e deve ficar pronto no primeiro trimestre de 2018, o que foi confirmado pelo secretário de Saúde, Jair Biatto. O local será na antiga farmácia popular, na Avenida Monteiro Lobato.

    O núcleo deve atender aos pacientes diagnosticados e encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Serviços como homeopatia, fitoterapia e acupuntura deverão ser oferecidos. Outras prátias alternativas estão sendo estudadas, mas ainda não existe nenhuma confirmação.

    Portaria do Ministério da Saúde incluiu tratamento

    A medida mais atual relacionada a terapias alternativas, em nível federal, foi publica no Diário Oficial da União em janeiro deste ano.

    Segundo o portal do Governo Federal, os serviços são oferecidos por iniciativa local e recebem financiamento do Ministério de Saúde por meio do Piso de Atenção Básica (PAB) de cada município.

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