O Observatório das Metrópoles da Universidade Estadual de Maringá (UEM) realizará nesta segunda-feira (9/10) mais uma etapa do projeto Trilhas Urbanas. Os locais escolhidos para a discussão sobre o direito à cidade são o Parque Industrial 3 (Cidade Industrial) e os conjuntos do programa Minha Casa Minha Vida construídos no distrito de Floriano.
Segundo o Observatório das Metrópoles, o objetivo da ação é realizar aulas abertas sobre o Direito à Cidade e, a partir do trajeto vivenciado, propiciar a divulgação de informações e o fomento ao debate sobre os percalços do desenvolvimento urbano de Maringá e região.
A situação do parque industrial é emblemática. O projeto Trilhas Urbanas passou pelo empreendimento em 19 de março de 2015, na primeira edição do projeto, e o local voltou a ser escolhido, segundo os organizadores, por terem as obras de infraestrutura viabilizadas com investimentos superiores a R$ 130 milhões de recursos públicos do município e nada ter sido concretizado até agora.
“Após anos de instalação e uma CPI realizada pela Câmara de Maringá – que em quase nada resultou – o local ainda continua desocupado. Parte da estrutura elétrica já foi alvo de furtos e a situação de não ocupação e abandono, deixa aquele pedaço de cidade perdido na zona rural e ainda suscetível ao desgaste do tempo”, diz a nota do Observatório.
Há poucas semanas, o empreendimento foi foco de reportagem do Maringá Post. O portal revelou que parte do loteamento industrial se encontra em área imprópria para a construção. Há água no subsolo, a menos de um metro de profundidade.
Em nota convite do Trilhas Urbanas, o Observatório das Metrópoles apontou que a Cidade Industrial descumpre a função social da cidade. Lançado em 2012, para ser uma área de grande desenvolvimento, o local permanece inocupado, após a desapropriação de uma grande área rural.
“A Prefeitura desapropriou vários sítios de forma amigável ou não, perfazendo mais de 100 alqueires na Estrada Pinguim, sendo o terreno alvo de desapropriação, o que levou as famílias historicamente ali residentes, a se mudarem do lugar onde viveram uma vida inteira.”
O segundo destino escolhido pelos pesquisados do Observatório para esta segunda-feira (9/10) são os conjuntos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) no distrito de Floriano. Na visão do Observatório, o empreendimento residencial é mais um erro no processo de segregação social da cidade.
“Na perspectiva da Sociologia Urbana o local se destaca, pois reproduz o processo de segregação social que caracteriza a dinâmica de formação de Maringá. A população de baixa renda é constantemente retirada das áreas mais próximas aos centros urbanizados e removida para casas distantes dos principais equipamentos públicos de saúde, educação, mobilidade, eixos de comércio de serviços, etc.”
O projeto Trilhas Urbanas será realizado nesta segunda (9/10) a partir das 13h30. A participação é gratuita e aberta ao público em geral. Os interessados devem se encontrar em frente à agência da Caixa Econômica Federal (CEF), instalada dentro do Câmpus Sede da UEM. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (44) 3011-4287 ou no blog do Observatório das Metrópoles de Maringá.
ATENÇÃO – Se estiver chovendo a atividade será cancelada.
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