Os escorpiões saíram da toca. O tempo seco e o calor têm levado os peçonhentos a procurar alimentos, principalmente baratas, fora dos esgotos, galerias pluviais e outros esconderijos. Estes animais adoram locais escuros e úmidos, como restos de construção civil e madeiras jogados em quintais.
Cuidado, os ataques aumentaram e podem até matar. Informações do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) mostram que em 2017 foram registrados 441 aparecimentos de escorpiões e outros animais venenosos em Maringá. Os bairros com maior risco são a Zona 7, Zona 6, Jardim Alvorada e Jardim Itália.
Ainda não foi registrado nenhum caso mais grave com moradores de Maringá, mas recentemente duas crianças de cidades próximas morreram. A primeira vítima foi o garoto Lucas Diego Alves, de 4 anos, picado por um escorpião-amarelo no pescoço enquanto dormia, quando estava na casa da avó, em Jussara, a 59 km de Maringá. Ele morreu no dia 26 de agosto, no Hospital Universitário de Maringá (HUM).
Em Cianorte, foi registrado mais um óbito. A pequena Agatha Yorana Geraldo Flores, 5 anos, morreu após ser picada por um escorpião amarelo. A Prefeitura de Cianorte publicou nota oficial sobre o episódio. A mãe de Agatha também foi picada por um escorpião amarelo, mas felizmente sobreviveu.
Mais acidentes na região de Maringá
De janeiro a agosto de 2017, segundo informações da 15ª Regional de Saúde de Maringá, que centraliza informações de trinta municípios da região, houve 217 registros de acidentes com escorpião. Em parte dos municípios o número de acidentes supera os registros de todo o ano passado.
O chefe da Seção de Vigilância Sanitária, Ambiental e da Saúde do Trabalhador da 15ª Regional de Saúde, Dirceu Vedovello Filho, afirmou ter recebido este ano 186 espécimes de animais para identificação e 148 eram escorpiões. “O tempo seco e o calor faz com que eles procurem ambientes mais úmidos, e por isso existe o risco de aparecerem nas casas.”
Existem boatos de que matar um escorpião seria um crime ambiental. Vedovello explica que não, porque o peçonhento é um animal que coloca em risco a saúde da população.
Saiba como se prevenir contra os escorpiões
O escorpião é um animal peçonhento, de pequeno porte e que tem um ferrão na cauda. Os ataques ocorrem quando o bicho se sente ameaçado. São animais de hábito noturno e caçam insetos, como baratas e grilos.
Por não gostarem de claridades, os escorpiões procuram lugares escuros e úmidos para se proteger. Pedras, tijolos, telhas, cascas de árvores e pedaços de madeira em terrenos baldios ou em áreas com terra são potenciais abrigos.
Dentro das casas, o risco maior é em buracos e frestas nas paredes e muros ou forros de madeira. Quem mora em área de risco, também precisa estar sempre atento na hora de colocar os sapatos e mexer com as roupas, que podem se tornar esconderijos.
Em Maringá, os registros de aparecimento de escorpiões podem ser feitos pelo Disque-Saúde, 160, ou na Ouvidoria Municipal, pelo 156.
O tratamento, regionalmente, é feito apenas no Centro de Controle de Intoxicações (CCI) do HUM, devido aos riscos de choque anafilático. Na maioria dos acidentes, apesar da dor intensa provocada pela picada, não é necessário o uso do soro antiescorpiônico, mas na dúvida é melhor buscar o atendimento médico o mais rápido possível.
O que fazer para evitar acidentes
- Não acumule lixo e entulho perto de casa;
- Mantenha o quintal e o jardim limpos;
- Acomode o lixo em sacos plásticos para evitar proliferação de insetos;
- Feche buracos, vãos e frestas nas paredes, portas, chão ou móveis;
- Use ralos protetores;
- Proteja as mãos e pés ao mexer com materiais que possam servir de abrigo para o escorpião;
- Cuidado com terrenos vazios, cupinzeiros ou troncos;
- Afaste a cama ou o berço cerca de 10 centímetros da parede;
- Cuidado para não deixar colchas, cobertas ou mosquiteiros de berço encostados ao chão;
- Verifique roupas e calçados antes de usar e não ande descalço.
Se você for picado, corra para o hospital
Em caso de acidente, procure IMEDIATAMENTE o hospital mais próximo. Caso seja possível, leve o animal para identificação e para facilitar o atendimento.
Nunca corte o local da picada, passe álcool ou qualquer outro remédio caseiro. Os primeiros socorros são:
- Lavar o local com água e sabão;
- Manter voltado para cima;
- Não cortar, furar ou apertar o local da picada;
- Beber bastante água.
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