“É imperativo debater o uso sustentável do solo e da água”, afirma deputado Luiz Claudio Romanelli

Com esta manifestação, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) enfatizou a importância da audiência pública Cuidando do Futuro.

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    “Nosso objetivo é promover e garantir a qualidade do solo e da água no nosso Estado, identificando as ações necessárias que devemos implementar hoje e amanhã. Somente assim asseguraremos que estes recursos essenciais sejam utilizados de forma sustentável, garantindo vida e prosperidade para as futuras gerações. Diante dos desafios de recuperação, preservação e conservação do meio ambiente, é imperativo debater o uso sustentável do solo e da água. São os dois maiores patrimônios do Paraná”. 

    Com esta manifestação, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) enfatizou a importância da audiência pública Cuidando do Futuro: A relevância da água e do solo na sustentabilidade, realizada pela Frente Parlamentar de Promoção Municipalista, das Associações de Municípios e Consórcio Municipais nesta terça-feira, 03, na Assembleia Legislativa do Paraná. O encontro foi alusivo ao Dia Mundial do Solo, comemorado em 05 de dezembro.

    Romanelli, que é o coordenador da Frente Municipalista, alertou ainda que o aquecimento global está acelerando a degradação dos solos e alterando os padrões de distribuição e disponibilidade de água. “É fato que a natureza não será mais como a conhecemos. Esse fenômeno não apenas ameaça a qualidade de nossos recursos naturais, mas também impacta diretamente a segurança alimentar e hídrica mundial”, considerou o deputado.

    O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento (SEAB), Natalino Avance de Souza, participou da audiência e afirmou que a questão que envolve o uso do solo e da água está na agenda do agronegócio do Paraná, que sofre grande pressão para produzir cada vez mais. Ele estimulou a comunidade técnica e científica a participar de um amplo debate sobre o uso dos recursos naturais, lembrando que o Estado se transformou em referência em soluções agrícolas desde a criação do plantio direto.

    Além do secretário, o sistema estadual de agricultura foi representado por Richard Golba, presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Pr), Benno Doetzer, diretor técnico da SEAB, e Renato Rezende Young Blood, chefe da área vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Também houve participação do setor produtivo, com representantes da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná).

    Apresentações

    O diretor do núcleo Paraná da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (Nepar-SBCS), Oromar João Bertol, apresentou um histórico da Década Internacional do Solo, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. Ele citou que 95% da alimentação humana tem origem no uso da terra e defendeu que é necessário respeitar a “aptidão dos solos”. 

    Letícia Pierri, que é professora de agronomia e de biotecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) falou sobre a poluição dos solos agrícolas e urbanos. “Tudo que a gente não quer enterra”, pontuou. Um dos seus alertas foi sobre a contaminação da terra e da água com microplásticos. Ela também abordou as legislações brasileiras que tratam de resíduos sólidos e a necessidade do fim de lixões.

    O professor no Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fez uma apresentação sobre a necessidade de promover uma educação sobre o uso do solo desde a alfabetização. “Muito se fala da fauna e da flora, que é a parte visível do meio ambiente. É preciso discutir também a outra metade, que é o solo. Assim, abordamos o ambiente inteiro”, considerou ele. Segundo o professor, um terço do solo do planeta apresenta algum nível de degradação.

    “Não estamos muito preocupados em produzir água. Isso não é discutido como deveria ser”, afirmou o pesquisador da Embrapa Florestas, Gustavo Ribas Curcio. Em sua apresentação ele abordou a questão hídrica e revelou que a perda de nascentes prejudica a oferta de água, com efeitos mais diretos sobre a vazão de “rios de primeira ordem”. “Não estamos discutindo isso de forma sustentável”, observou ele.

    A audiência também teve manifestações do promotor de Justiça Daniel Pedro Lourenço, representando o Ministério Público Estadual. Ele atua no Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente, de Habitação e Urbanismo e disse a emergência climática não admite mais erros da humanidade. “Falar de água e solo é falar de sobrevivência”, afirmou Lourenço.

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